
Imagine receber encomendas psicoativas pelo correio. Pois é exatamente isso que uma quadrilha especializada fazia — até esta quarta-feira (4), quando a casa caiu de vez.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) acabou com uma rede sofisticada que vendia cogumelos alucinógenos para consumidores em todos os cantos do país. Não era um esquema qualquer: os envolvidos usavam aplicativos de mensagem para fechar negócio e enviavam as substâncias via sedex, como se fossem produtos comuns.
Treze pessoas foram presas — cinco em flagrante e oito por mandado. A operação, batizada de Psilocybe (nome científico do fungo), cumpriu 16 mandados de busca e apreensão só no DF. Mas o braço dessa organização chegava muito mais longe.
Como a quadrilha operava
Era tudo muito organizado, quase como um e-commerce do ilegal. Os clientes faziam pedidos pelo Telegram ou WhatsApp. O pagamento? À vista, via PIX. Depois disso, a encomenda era despachada pelos Correios com etiqueta de "produto legal" — uma artimanha para burlar a fiscalização.
Os cogumelos eram cultivados em endereços específicos, alguns em estufas caseiras. A qualidade era controlada, e o "atendimento ao cliente" funcionava tão bem que chamou atenção até da polícia. Ironia das boas.
Não ficou só no DF. Mandados também foram executados em Goiás, no Paraná e no Rio Grande do Sul. A investigação começou ainda em 2023, com base em denúncias anônimas — prova de que a comunidade não compactua com esse tipo de crime.
O que foi apreendido?
- Mais de 50 quilos de cogumelos alucinógenos
- R$ 200 mil em valores monetários (dinheiro e aplicações)
- Veículos, joias e outros bens de valor
- Computadores, celulares e itens de cultivo
Os investigados responderão por associação para o tráfico, operação de organização criminosa e tráfico interestadual de drogas. Se condenados, podem pegar penas de até 15 anos de prisão.
Pra quem acha que vender droga pela internet é "ilegalzinho" ou de baixo risco, essa operação serve como um puxão de orelha necessário. A PCDF deixou claro: crime organizado disfarçado de startup não escapa.
E olha — não é de hoje que a polícia está de olho nesses esquemas. Só neste ano, já foram mais de dez operações contra vendas de drogas online no DF. E parece que a mensagem está chegando: a população tem apoiado e participado, cada vez mais, denunciando.