
Era uma manhã como qualquer outra no Rio — até que dezenas de viaturas invadiram simultaneamente 12 endereços na Zona Oeste. A cena parecia saída de filme policial, mas era a Operação Desfortuna em ação.
"A gente sabia que tava mexendo com vespeiro", confessou um delegado que pediu anonimato. E não é que era mesmo? Quinze pessoas algemadas, R$ 2 milhões em dinheiro vivo apreendido e uma rede de jogos ilegais online desmontada em 72 horas de trabalho intenso.
Como funcionava o esquema
Parecia simples, mas tinha mais camadas que cebola:
- Sites "espelho" hospedados no exterior
- Pagamentos via criptomoedas e laranjas
- Um call center disfarçado de telemarketing
O detalhe mais absurdo? Os caras usavam códigos de delivery de pizza nas transações. Criatividade não faltava — só legalidade mesmo.
O prejuízo social
Enquanto isso, nas periferias, histórias tristes se multiplicavam:
- Um pai de família que perdeu o salário em 20 minutos
- Uma aposentada com dívida de R$ 15 mil
- Casos de depressão ligados às perdas
"Isso aqui não é vítima?", questionou indignado o delegado-chefe, mostrando pilhas de processos. A resposta veio em silêncio.
O que diz a lei
No Brasil, o buraco é mais embaixo:
• Sites operam de paraísos fiscais
• Jurisdição internacional complica tudo
• Projeto de regulamentação emperrado no Congresso
Enquanto isso, a Polícia Civil faz o que pode com o que tem. E dessa vez, deu certo.
PS: Os investigados? Respondem por associação criminosa e exploração de jogos de azar. A conta chegou — e veio salgada.