
Uma teia de horrores que se estendia por oito cidades de Mato Grosso finalmente começa a ser desfeita. A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (17) uma operação de grande porte para desarticular uma rede especializada em crimes sexuais contra menores — e os detalhes são de cortar o coração.
O alvo principal? Um médico e ex-vereador que, segundo as investigações, usava sua influência e recursos para orquestrar os abusos. Mas não estava sozinho. A organização contava com pelo menos outros dez integrantes, todos agora com os nomes na lista de procurados.
Como a quadrilha operava
Parece saído de um pesadelo, mas era realidade pura: o grupo recrutava vítimas em situação de vulnerabilidade social, muitas vezes com promessas falsas de ajuda financeira ou emprego. Depois, mantinham as crianças e adolescentes sob controle através de ameaças e coerção psicológica.
Os investigadores encontraram:
- Um sofisticado esquema de comunicação cifrada
- Locais específicos para os encontros criminosos
- Indícios de que algumas vítimas foram "emprestadas" entre os criminosos
As vítimas
Meninas e meninos entre 12 e 16 anos — é difícil até escrever esses números sem sentir um nó na garganta. Muitos vinham de famílias pobres, outros já estavam em situação de rua quando foram aliciados. A polícia estima que dezenas possam ter passado por essa máquina de violência.
"É o tipo de caso que tira o sono de qualquer investigador", confessou um delegado que pediu para não ser identificado. "A cada depoimento, a cada prova coletada, você sente que precisa fazer mais."
Operação em andamento
Até o momento, a polícia já cumpriu 15 mandados — entre buscas e prisões temporárias. Os agentes apreenderam celulares, computadores e uma quantidade significativa de dinheiro em espécie, possivelmente fruto dos crimes.
Os investigadores trabalham contra o relógio para:
- Identificar todas as vítimas
- Mapear a extensão completa da rede
- Garantir que os responsáveis respondam pelos crimes
Enquanto isso, o Ministério Público já sinalizou que vai pedir a prisão preventiva dos principais envolvidos. "Não há espaço para negociacões quando se trata de crimes tão hediondos", declarou um promotor.