Megaoperação contra PCC: Alvo principal tinha mais de 40 contatos na polícia e corregedoria pede reabertura de inquérito
Megaoperação PCC: alvo tinha 40+ contatos policiais

Eis que a coisa fica realmente complicada quando quem deveria prender parece ter um pé atrás - ou melhor, quarenta pés. A megaoperação que sacudiu São Paulo nesta quarta-feira contra o Primeiro Comando da Capital revelou um dado que deixa qualquer cidadão de cabelo em pé: o principal alvo da investida, um sujeito que os investigadores consideram peça-chave na engrenagem criminosa, mantinha nada menos que quarenta e tantos contatos... na própria polícia.

Quarenta! Você não leu errado. É número pra time de futebol, turma de faculdade - não para a lista de contatos de um chefão do crime com agentes da lei. A coisa foi tão absurda que a Corregedoria da Polícia Civil, aquela que fiscaliza os próprios, já entrou com pedido formal pra reabrir o inquérito. Algo fedendo a vazamento de informação, e não é pouco.

Os detalhes que assustam

O sujeito em questão, cujo nome a gente omite por questões legais (mas que os investigadores tratam como "peça central" na logística do PCC), tinha acesso a informações que, convenhamos, não deveriam circular fora dos círculos policiais. Como será que isso aconteceu? A pergunta que não quer calar.

A operação desta quarta-feira não foi brincadeira não - mobilizou 120 policiais civis, com 36 mandados de busca e apreensão e 15 de prisão preventiva expedidos pela 1ª Vara de Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro. O foco? Desarticular o esquema de lavagem de dinheiro que movimentava valores obscenos através de empresas de fachada.

O que a corregedoria descobriu

Agora vem a parte que parece roteiro de filme policial meia-boca, mas é a pura realidade: durante as investigações, os delegados esbarraram em conversas e registros que ligavam o alvo principal a dezenas de policiais. Não eram contatos superficiais - tinham troca de mensagens, ligações, encontros... Coisa que deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha.

O corregedor-geral, Fernando Vieira, não perdeu tempo. Protocolou na Justiça pedido pra reabrir um inquérito que investigava justamente vazamentos de informações sigilosas. Coincidência? Difícil acreditar nisso.

As implicações disso tudo

Imagine só: você é um policial honesto, arriscando a vida diariamente pra combater o crime, e descobre que colegas de farda podem estar passando informação pra organização criminosa. É de cortar o coração - e a confiança da população.

O delegado Marcelo Oliveira, que coordena a investigação, foi direto ao ponto: "Quando encontramos essa teia de relações, ficou claro que precisávamos ir além dos alvos óbvios. A corrupção dentro das instituições é tão perigosa quanto o crime organizado em si".

E não para por aí: as investigações mostram que o grupo lavava dinheiro através de comércios aparentemente legítimos - lojas de roupas, concessionárias, até imobiliárias. Tudo fachada para limpar o dinheiro sujo do tráfico e de outras atividades ilícitas.

O que esperar agora?

Com a corregedoria metendo o bedelho, a tendência é que a coisa esquente ainda mais. Policiais suspeitos de vazamento podem responder processo administrativo e até criminal. E o PCC? Bom, deve estar recalculando a rota - perder contatos dentro da polícia é golpe duro na operação deles.

Enquanto isso, a população fica naquele misto de alívio e preocupação: alívio porque a operação prendeu gente importante, mas preocupação porque... bem, quantos outros "contatos" ainda restam por aí?