
O caso daquela invasão absurda ao Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, no Acari, ganhou um capítulo tenebroso — e, pra muitos, previsível. O nome do suposto mandante, que até então era uma peça-chave no quebra-cabeça policial, saiu das sombras direto para a manchete de crime.
Era por volta das 19h de uma terça-feira comum quando a violência urbana mostrou sua cara mais cruel. Dois indivíduos chegaram de moto — a velha fórmula do crime — e metralharam Jefferson Machado Nogueira, de 36 anos, na Estrada do Itararé, em Costa Barros. Jefferson não resistiu. Foi executado ali mesmo, na via pública.
E por que isso importa? Porque Jefferson não era apenas mais um nome nas estatísticas da violência carioca. A Polícia Civil do Rio apontava ele como o cérebro por trás da invasão criminosa que aconteceu no hospital em novembro do ano passado. Naquele episódio, um bando heavily armed entrou no local à procura de um traficante rival, que estava internado. O caos foi instalado, médicos e pacientes aterrorizados. Um verdadeiro filme de horror.
Agora, com a morte de Jefferson, as investigações — que já eram complexas — mergulham num abismo ainda mais profundo. Quem mandou matá-lo? Foi acerto de contas entre facções? Medo de que ele delatasse alguém poderoso? A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso e tenta desvendar esse novelo de fios soltos e interesses obscuros.
Ah, e tem mais: fontes extraoficiais sussurram que Jefferson tinha ligações com grupos milicianos que atuam na Zona Norte do Rio. Se for verdade, a trama fica ainda mais espessa. A milícia não perdoa — e não esquece.
O que fica é a sensação de que, no Rio, alguns casos nunca chegam a um fim. Eles apenas se transformam, ganham novos personagens e desfechos ainda mais violentos. A pergunta que não quer calar: até quando?