Justiça condena autores de assalto a banco no Ceará que deixou 14 mortos — polícia ainda investiga envolvidos
Justiça condena autores de assalto violento no Ceará

O cenário foi de guerra. Naquele dia, o Cariri cearense virou palco de um dos episódios mais sangrentos da criminalidade recente no Nordeste. Agora, dois anos depois, a Justiça finalmente começou a escrever o último capítulo dessa história.

Três homens — cujos nomes a imprensa evitou divulgar por questões de segurança — receberam sentenças que somam mais de 30 anos de prisão cada. E olha que isso é só o começo: outros dez envolvidos ainda aguardam julgamento.

O dia que o terror desceu no Cariri

Era uma terça-feira comum até as 9h17 da manhã. De repente, um comboio de veículos blindados invadiu a pacata cidade como cena de filme de ação. Só que era real — dolorosamente real.

Os bandidos (que pareciam ter saído de um manual do crime perfeito) subestimaram uma coisa: a reação da polícia. O que deveria ser um assalto rápido virou 14 horas de pesadelo. Quando a poeira baixou, contaram-se:

  • 14 mortos (entre eles dois clientes que estavam no lugar errado na hora errada)
  • R$1,2 milhão em prejuízos
  • Três quarteirões evacuados
  • Uma cidade traumatizada

O juiz responsável pelo caso — veterano com 40 anos de tribunal — confessou aos repórteres que nunca vira tanta crueldade em quatro décadas de carreira. "Isso aqui não foi assalto, foi declaração de guerra contra a sociedade", disparou durante a leitura da sentença.

E agora?

Enquanto os três primeiros condenados já começam a contar os dias na penitenciária de segurança máxima, o Ministério Público garante que não vai sossegar. Tem mais processo vindo aí — e pelo andar da carruagem, as penas podem ser ainda mais duras.

Moradores da região, por sua vez, seguem divididos. Alguns comemoram a decisão judicial como vitória. Outros — os que perderam familiares — dizem que nenhuma sentença vai devolver o que lhes foi tirado. "Justiça mesmo seria se tivessem pego esses caras antes, não depois", desabafou uma das vítimas, que pediu para não ser identificada.

Uma coisa é certa: o caso vai continuar ecoando pelos tribunais cearenses por um bom tempo. E servindo de alerta sinistro sobre o poder do crime organizado no interior do Brasil.