
O que era para ser um dia comum terminou em tragédia no interior de Goiás. Um menino de apenas 8 anos perdeu a vida após ser atacado por um pit bull — e agora, a família do animal está na mira da Justiça. A polícia não perdoou: os donos do cão foram formalmente indiciados.
Segundo testemunhas, o garotinho brincava perto de casa quando o animal, sem qualquer provocação aparente, partiu para cima dele. A cena foi de puro terror. Vizinhos tentaram ajudar, mas já era tarde demais. O socorro chegou rápido, mas os ferimentos eram gravíssimos — a criança não resistiu.
Responsabilidade em xeque
Não é só uma questão de "azar". A delegada responsável pelo caso foi categórica: "Quem cria animal potencialmente perigoso tem obrigação redobrada". Os donos do pit bull, que são parentes da vítima, agora respondem por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
O inquérito apurou pelo menos três falhas graves:
- O cão não estava com focinheira
- A propriedade não tinha sinalização adequada
- Há relatos de que o animal já havia demonstrado agressividade antes
Pra piorar, descobriram que essa não era a primeira vez que o pit bull mostrava os dentes. Dois meses antes, teria mordido um entregador — mas ninguém fez nada. "Se tivessem tomado providências, talvez o menino estivesse vivo", desabafou uma vizinha.
O outro lado da moeda
Os indiciados — que preferiram não se identificar — alegam que o cão "nunca tinha feito nada parecido". Dizem que era "parte da família" e que o ataque foi "um acidente inexplicável". Mas a polícia não comprou a versão: "Negligência não é defesa", rebateu o delegado.
Enquanto isso, no bairro, o clima é de luto e revolta. "A gente convivia com essa bomba-relógio e não sabia", contou um morador, ainda abalado. Na escola, coleguinhas fizeram cartinhas coloridas para o amiguinho que não voltará mais.
O caso reacendeu o debate sobre a criação de raças consideradas perigosas. Na Câmara Municipal, já circula um projeto para endurecer as regras — mas pra essa família, qualquer mudança chegará tarde demais.