
Não foi um dia qualquer na Praça da Liberdade, em Seropédica. O que começou como uma tarde aparentemente normal rapidamente descambou para o caos total por volta das 15h desta quarta-feira (03). O estampido de rajadas de arma de fogo ecoou pelos arredores, transformando o local em uma zona de guerra improvisada.
Segundo relatos de moradores ainda sobressaltados, tudo indicava ser mais um capítulo sangrento na disputa territorial entre grupos milicianos que assombram a região. A investida da Polícia Militar foi rápida e decisiva — felizmente. Ao chegarem ao local, os policiais se depararam com a cena dantesca: quatro indivíduos, fortemente armados, trocando tiros sem qualquer preocupação com quem mais estivesse por perto.
O Saldo Trágico e a Ação Policial
O resultado foi tão previsível quanto trágico. Um homem, cuja identidade ainda não foi divulgada, não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Três outros suspeitos, também atingidos, foram capturados pela PM e levados às pressas para o Hospital Municipal de Seropédica. Dois deles em estado considerado grave, um estável. A operação resultou na apreensão de nada menos que três pistolas, um revólver e um veículo possivelmente utilizado pelo grupo.
“A gente ouviu os tiros e só pensou em se esconder. É sempre a mesma coisa, eles agem como se fossem os donos do lugar”, desabafou uma moradora que preferiu não se identificar, com a voz ainda trêmula pelo susto. O medo de represálias, como se vê, é um fantasma constante.
As Investigações e o Histórico de Violência
As investigações, claro, estão só no começo. A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) assumiu o caso e trabalha com a hipótese de que o confronto foi mais um episódio da acirrada — e violenta — disputa pelo controle de áreas de influência e negócios ilícitos na região. Esse tipo de briga interna entre facções criminosas, infelizmente, não é novidade por ali.
O que choca é a audácia. O fato de um embate desses ocorrer em plena luz do dia, em um espaço público, mostra o nível de afronta desses grupos. A PM garante que vai continuar com o patrulhamento reforçado na área, mas a pergunta que fica é: até quando a população vai viver refém desse terror?
O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Nova Iguaçu. Enquanto isso, os três detidos aguardam custódia no hospital — e um futuro que, muito provavelmente, os aguarda atrás das grades. A sensação que fica é de um alívio misturado com uma angústia profunda. Alívio por uma operação bem-sucedida que evitou uma tragédia maior; angústia por saber que o pesadelo da milícia está longe de acabar.