Chacina de Cajazeiras: Justiça do Ceará condena homem a 30 anos de prisão por massacre que chocou o estado
Chacina de Cajazeiras: homem condenado a 30 anos

O caso é daqueles que ficam marcados na memória coletiva - e a justiça cearense finalmente fechou o capítulo judicial de uma das páginas mais sombrias da violência no estado. Nesta quinta-feira (18), o Tribunal de Justiça do Ceará manteve a sentença de 30 anos de prisão contra Francisco Edson Alves dos Santos, reconhecido como autor material da chacina que exterminou cinco pessoas em Cajazeiras, naquelas que foram, sem dúvida, horas de puro terror.

O crime, que completa seis anos em outubro, continua a causar arrepios. Tudo aconteceu na noite de 26 de outubro de 2019, numa rua tranquila do bairro - até que a tranquilidade foi substituída pelo caos. Segundo as investigações, que foram um verdadeiro quebra-cabeça para a polícia, o então adolescente de 17 anos executou as vítimas com tiros precisos na cabeça. Um método cruel que não deixou chances.

O longo caminho até a condenação

O processo judicial foi uma verdadeira maratona - dessas que testam a paciência de qualquer um. Inicialmente, a 2ª Vara do Júri da Comarca de Cajazeiras condenou Francisco Edson à pena máxima de 30 anos de reclusão, mas a defesa, é claro, recorreu. Quem não recorreria?

O julgamento no TJCE aconteceu na terça-feira (16), e cara, que tensão! A Sexta Câmara Criminal manteve a sentença original, confirmando que o réu responderá pelos crimes na forma hedionda - o que significa, na prática, que ele vai cumprir pena integralmente, sem direito a regalias.

As vítimas que não serão esquecidas

Entre os mortos, três eram adolescentes: José Wellisson Ferreira da Silva (17 anos), José Ítalo Barbosa da Silva (16) e Francisco das Chagas Silva Neto (15). Dois adultos também perderam a vida: Francisco de Assis Alves (39) e Francisco Edvan da Silva (32). Cinco vidas interrompidas brutalmente, cinco histórias que não se completarão.

O que motiva alguém a cometer algo tão horrível? As investigações apontaram que o massacre estava relacionado a acertos de contas do tráfico - mais um capítulo sangrento na guerra silenciosa que assola tantas comunidades. Francisco Edson, na época menor de idade, agiu sob ordens de facções criminosas que disputavam o controle da área.

O caso chama atenção para outro aspecto preocupante: o recrutamento de menores pelo crime organizado. Uma prática que, infelizmente, segue mais viva do que nunca nas periferias do país. Quando vamos aprender que investir em prevenção é mais barato - e humano - do que lidar com as consequências?

Agora, com a condenação definitiva, as famílias das vítimas podem ter um mínimo de consolo - se é que consolo existe quando se perde um ente querido de forma tão violenta. A justiça foi lenta, como quase sempre é, mas pelo menos chegou. Resta saber se outras 'chacinas de Cajazeiras' estão sendo planejadas neste exato momento, em algum lugar escuro do Ceará.