
Pois é, quem diria que aquela enxurrada de precatórios saindo dos cofres públicos em 2025 faria tanta diferença nas contas do país? Acontece que, segundo uma análise afiada do IBRE/FGV, esses pagamentos — que sempre dão dor de cabeça no Planalto — podem ter sido a tábua de salvação que segurou o PIB de um tombo ainda maior.
Pensa só: a estimativa é que tenham entrado na roda econômica nada menos que R$ 45 bilhões. É dinheiro que não para quieto, né? Circula, movimenta comércio, paga dívida, vira investimento… E no fim das contas, aliviou em 0,3 ponto percentual a retração do Produto Interno Bruto no terceiro trimestre.
O Que Dizem os Números
O time do IBRE, sempre com os olhos colados nas planilhas, calculou que sem essa injeção — vamos chamar assim — a queda poderia ter sido de 1,2% em vez dos 0,9% registrados. Diferença que, convenhamos, não é pouca coisa quando a gente fala de trilhões.
E olha, não foi um movimento qualquer. O governo federal, pressionado por prazos e — por que não? — um certo clima político, acabou antecipando uma parte considerável desses desembolsos. Resultado? Um efeito quase imediato na atividade econômica, ainda que temporário.
E Agora, o Que Esperar?
Aqui vem a parte complicada. Esse respiro, infelizmente, tem prazo de validade. Como bem alertam os economistas, é um efeito one-shot, daqueles que não se repetem todo trimestre. A pergunta que fica é: e daqui pra frente, o que sustenta o crescimento?
Os especialistas seguem céticos. A estrutura da economia, aquela base que realmente importa, ainda não mostrou sinais de melhora consistente. Sem reformas profundas ou um impulso mais duradouro, é bem possível que a gente volte a ver números mais magros nos próximos boletins.
No fim das contas, os precatórios fizeram seu papel de herói circunstancial. Deram um alívio, animaram o fluxo de caixa de muita gente, mas não carregam sozinhos a missão de reerguer o país. A bola agora volta para as mãos de quem decide o rumo das políticas de estímulo.