
Era uma daquelas situações em que política e crime se misturam de um jeito que até roteirista de novela teria dificuldade em inventar. Um casal, agora alvo da Procuradoria-Geral da República (PGR), teria visto no acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em Brasília o cenário perfeito para aplicar golpes do tipo 'Máfia do Pix'.
Segundo as investigações — e aqui a gente já começa a entender por que chamam de 'máfia' —, os dois aproveitaram o clima de comoção política para aplicar golpes financeiros em apoiadores do ex-presidente. Golpes que, convenhamos, não têm nada de ideológicos: puro oportunismo.
Modus operandi que misturava política e crime
O esquema funcionava mais ou menos assim (e preste atenção, porque criatividade para o crime não faltava):
- Se aproximavam de manifestantes no acampamento
- Se passavam por organizadores ou pessoas de confiança do movimento
- Pediam transferências via Pix para supostas 'causas' relacionadas aos protestos
Detalhe sutil — mas importante: os valores variavam. Às vezes pequenos, para não levantar suspeitas. Outras vezes... bem, digamos que a ambição falava mais alto.
Quando a conta não fecha
Agora, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com denúncia contra o casal. E olha que a lista de acusações não é pequena:
- Associação criminosa
- Estelionato
- Lavagem de dinheiro
Parece que o 'negócio' era tão rentável que os dois resolveram expandir. Segundo as investigações, o esquema não ficou restrito ao acampamento — migrou para o ambiente digital, com golpes aplicados até via redes sociais.
E aqui vai um dado curioso: as vítimas, muitas vezes, demoravam a perceber o golpe. Ou por confiança no movimento, ou por vergonha de admitir que caíram no conto do vigário.
O lado político da história
O caso ganha contornos ainda mais complexos quando a gente lembra o contexto: o acampamento em frente ao QG do Exército foi um dos epicentros dos protestos pós-eleições. Um lugar onde, digamos, o clima não era exatamente de tranquilidade.
E agora, com essa denúncia, surge uma pergunta incômoda: quantos golpes parecidos podem ter acontecido sem que ninguém tenha notado? Afinal, em meio a tanta comoção política, quem iria desconfiar de 'colegas de acampamento'?
O MPF garante que as investigações continuam. E, entre nós, seria ingênuo achar que esse casal agia sozinho. O esquema tem cara de coisa maior — muito maior.
Enquanto isso, o caso serve de alerta: política e dinheiro são uma combinação perigosa. E quando alguém aparece pedindo Pix em nome de 'causas', melhor checar dez vezes antes de transferir.