Numa tarde que parecia comum em Três Rios, a rotina de um bairro residencial foi interrompida por sirenes e vozes de comando. Aos 17 anos, o adolescente — cujo nome não foi divulgado por ser menor de idade — virou o alvo principal de uma operação que vinha sendo costurada há semanas.
Segundo fontes próximas à investigação, tudo começou com denúncias anônimas. Moradores reclamavam de movimentação estranha perto de uma casa abandonada. "Era como um formigueiro humano, gente entrando e saindo a todo momento", relatou um vizinho que preferiu não se identificar.
Operação surpresa
A polícia agiu rápido — e em silêncio. Por volta das 15h de terça-feira, enquanto o sol castigava o asfalto, os agentes cercaram o local. O adolescente foi encontrado com pequenas porções de uma substância que, após análise preliminar, seria crack. Não muito, mas o suficiente para levantar suspeitas.
O delegado responsável pelo caso, em entrevista breve, foi direto: "Estamos diante de mais um caso de aliciamento de menores pelo crime. Esse jovem provavelmente era apenas a ponta do iceberg".
O que diz a lei?
Por ser menor de idade, o adolescente foi encaminhado para a delegacia especializada. Se condenado, pode cumprir medida socioeducativa — que varia de liberdade assistida até internação, dependendo do histórico.
Enquanto isso, a pergunta que fica: quantos outros casos como esse passam despercebidos? Num país onde o tráfico encontra brechas na vulnerabilidade social, histórias assim parecem se repetir como um disco riscado.
Os moradores da região, entre aliviados e apreensivos, torcem para que essa apreensão represente o início de uma mudança. Mas sabem, por experiência própria, que o problema tem raízes mais profundas do que uma única operação policial pode resolver.
