
Era uma daquelas histórias que parecem saídas de um roteiro de filme — mas, infelizmente, era real. Um médico, supostamente dedicado a salvar vidas, acabou enredado em uma teia de mentiras que lhe custou caro. A Justiça de Rondônia não teve piedade: ele terá que devolver mais de R$ 400 mil aos cofres públicos.
O caso? Fraude no ponto eletrônico. Sim, aquele sistema que deveria garantir transparência virou instrumento de golpe. Durante meses, o profissional registrava presença em duas cidades ao mesmo tempo — algo fisicamente impossível, a menos que ele dominasse teletransporte (e não dominava).
Como o esquema funcionava
Parece piada, mas não é:
- Marcava entrada em Ariquemes
- "Aparecia" simultaneamente em Cacoal
- Recebia por dupla jornada sem trabalhar em nenhuma
Detalhe cruel: enquanto ele enchia os bolsos, pacientes possivelmente ficavam sem atendimento. A denúncia partiu de colegas de trabalho — aquela velha história de que quem avisa amigo é.
O valor da mentira
Os R$ 400 mil representam:
- Salários indevidamente recebidos
- Multas por danos morais coletivos
- Correção monetária desde o início do esquema
O juiz foi categórico na sentença: "Não se trata de mero erro, mas de conduta dolosa reiterada". Em outras palavras: ele sabia muito bem o que estava fazendo.
E agora? Além de devolver o dinheiro, o médico responde a processo ético-profissional no CRM. Sua carreira — assim como sua conta bancária — pode nunca mais ser a mesma.