Justiça mantém fazendeiro preso por ameaças em condomínio de Ribeirão Preto — decisão gera polêmica
Justiça nega expulsão de fazendeiro preso por ameaçar vizinhos

O clima no condomínio de alto padrão em Ribeirão Preto continua tenso — e não é por causa do calor de 30°C que castiga a região. A Justiça negou, nesta segunda-feira (28), um pedido de liminar para expulsar um fazendeiro preso desde junho por ameaçar vizinhos com uma espingarda. A decisão, que pegou muitos de surpresa, foi tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O caso, que parece saído de um roteiro de novela das nove, começou com discussões banais sobre barulho e limites de propriedade. Mas degringolou rápido: o agricultor, dono de terras na região, teria invadido a casa de um vizinho aos berros, armado e — pasme — até soltou um tiro para o alto. "Foi cena de filme de faroeste, só faltou o chapéu de cowboy", comentou um morador que prefere não se identificar.

O outro lado da moeda

A defesa do acusado, é claro, alega excessos. Segundo os advogados, trata-se de um "homem pacato" vítima de perseguição por ser "diferente" no ambiente urbano. "Ele está sendo criminalizado por defender o que é seu", argumentam, enquanto recorrem da prisão preventiva.

Mas os vizinhos? Ah, esses não engolem a história. Relatam meses de terror psicológico — portões arrombados, câmeras vandalizadas e, o pior, ameaças veladas que deixavam claro: "aqui quem manda sou eu".

O que diz a lei

O juiz responsável pelo caso foi categórico. Na decisão, destacou que "o direito de propriedade não pode ser escudo para práticas ilícitas". E arrematou com um dado que dá o que pensar: só neste ano, 12 processos similares de conflitos entre ruralistas e moradores urbanos pipocaram na comarca.

Enquanto isso, no condomínio, a rotina mudou. Alguns instalaram cercas elétricas. Outros contrataram seguranças particulares. E todos, sem exceção, evitam falar sobre o assunto — quem sabe o clima não esquenta ainda mais?