
Era uma tarde como qualquer outra no interior goiano quando o destino cruzou os caminhos de duas famílias de forma brutal — e para sempre. O que começou como mais um dia pacato no campo terminou em tragédia, com cenas que a filha do fazendeiro jamais conseguirá apagar da memória.
O Tribunal do Júri de São Miguel do Araguaia, a quase 600 km de Goiânia, não teve dúvidas ao proferir o veredicto: 21 anos de reclusão inicial em regime fechado para um jovem de apenas 21 anos. A acusação? Homicídio qualificado — e das mais cruéis formas possíveis.
O cenário do crime foi tão banal quanto aterrorizante. Uma propriedade rural, o tipo de lugar onde todo mundo se cumprimenta e as portas ficam abertas. Foi nesse ambiente de aparente tranquilidade que o réu, armado com uma faca, chegou e consumou o assassinato do fazendeiro diante dos olhos da própria filha.
Os detalhes que arrepiaram o júri
Segundo testemunhas e provas apresentadas em juízo, tudo aconteceu com uma frieza que chocou até os investigadores mais experientes. A vítima — um homem dedicado à terra e à família — não teve chance de defesa. A filha, testemunha ocular do horror, ainda recebe acompanhamento psicológico.
O Ministério Público não economizou na hora de pedir a condenação. «Não foi um crime passional, não foi um acidente — foi execução pura e simples», argumentou um dos promotores durante o julgamento. E o júri concordou.
As qualificadoras do crime
- Meio cruel: O uso de faca aumentou consideravelmente a pena
- Recurso que impossibilitou defesa: A vítima foi pega de surpresa
- Presença de testemunha: A filha assistiu tudo, o que agrava ainda mais o quadro
Curiosamente — ou tragicamente — o réu e a vítima se conheciam. Tinham algum tipo de relação anterior, o que torna tudo ainda mais inexplicável. O que leva um jovem de 21 anos a cometer algo tão horrível contra alguém que provavelmente cumprimentava na estrada?
A defesa tentou argumentar atenuantes, é claro. Alegou jovialidade, arrependimento, contexto. Mas o tribunal manteve a sentença — 21 anos parecem muitos para alguém tão novo, mas poucos perto da dor de uma filha que viu o pai morrer.
O caso agora segue para trâmites recursais, como sempre acontece. Mas uma coisa é certa: naquele pedaço do interior goiano, duas famílias estão destroçadas. A que perdeu um pai de forma violenta, e a que vê um filho condenado a passar décadas atrás das grades.
E no meio de tudo, a justiça — imperfeita, humana — tenta costurar os pedaços de uma comunidade que jamais será a mesma.