
Quase trinta e quatro anos atrás, um crime chocou a América — dois irmãos ricos, acusados de assassinar os próprios pais a tiros. E agora, outra pá virada. A justiça federal dos Estados Unidos negou, mais uma vez, o pedido de um novo julgamento para Lyle e Erik Menendez.
Nada de novidade no front judicial, pelo menos para eles. A decisão veio de um tribunal de apelações em São Francisco, Califórnia, e basicamente confirmou a sentença anterior: os irmãos continuam condenados à prisão perpétua, sem chance de liberdade condicional.
E olha que essa história já rendiu até série na Netflix, sabia? Virou até documentário — tamanho o drama e a comoção que causou na época. Os irmãos alegavam, desde o início, que agiram em legítima defesa. Diziam que o pai, José Menendez, abusava sexualmente deles há anos, e que a mãe, Kitty, omissa, compactuava com a violência.
Uma batalha judicial que não arrefece
Mas a justiça — pelo menos até agora — não comprou a tese de autodefesa de forma plena. A defesa tentou anular a condenação argumentando que instruções inadequadas foram dadas ao júri no trial original, realizado ainda em 1996. O tribunal, no entanto, manteve a posição: não viu erro que justificasse um novo julgamento.
Não é a primeira vez que isso acontece. Erik e Lyle, hoje com 51 e 55 anos, respectivamente, já tentaram de tudo — recursos, revisões, apelos em instâncias variadas. Tudo esbarra na mesma conclusão: a sentença deve ser mantida.
E aí, será que um dia isso muda? A defesa ainda pode recorrer à Suprema Corte dos EUA. Mas convenhamos — as chances são mínimas. O caso já é quase um arquivo morto da história criminal americana.
O legado de um caso que dividiu opiniões
O interessante, ou talvez trágico, é como o caso Menendez ainda gera debate. Teve gente que sempre acreditou na versão dos irmãos — vítimas de abuso que reagiriam de forma extrema. Outros enxergam apenas dois jovens ambiciosos, movidos por herança e ódio.
Os anos se passaram, a mídia mudou, a sociedade também. Mas o desfecho, até agora, permanece o mesmo: duas celas, duas vidas inteiras atrás das grades, e uma história que dificilmente será reescrita.
Resta saber se essa é realmente a última palavra. Na justiça americana, nunca se sabe. Mas uma coisa é certa: a cada recurso negado, a esperança mingu mais um pouco.