
Imagine passar meio ano atrás das grades por um crime que nunca cometeu. Foi exatamente o que aconteceu com um homem em Guarujá, litoral de São Paulo - preso numa operação contra o tráfico, mas que, no fim das contas, tava simplesmente no lugar errado na hora errada.
A história - que parece roteiro de filme ruim - virou realidade pra esse cidadão. A polícia chegou achando que tava pegando traficante, mas... cadê as provas? Nada. Zero. Nenhum indício concreto.
O que deu errado?
Segundo os autos do processo, a prisão foi feita com base numa denúncia anônima - daquelas que, vamos combinar, podem ser qualquer coisa. O sujeito tava na rua quando os PMs chegaram revólver em riste. Nem teve tempo de entender o que tava rolando.
Detalhe absurdo: durante os seis meses de prisão, o Ministério Público não conseguiu apresentar nenhuma evidência sólida. Nem vídeo, nem testemunha confiável, nada que sustentasse a acusação.
Justiça tarda, mas não falha?
Quando o caso finalmente chegou na Justiça, a sentença foi rápida: absolvição limpa. O juiz não teve dúvidas - era um erro grotesco desde o começo. Mas aí já era tarde demais: meio ano da vida do cara, perdido.
"É revoltante", comenta um advogado criminalista que acompanhou o caso. "Isso mostra como o sistema ainda funciona na base do 'pega primeiro, pergunta depois'".
E agora? O ex-detento pode até entrar com ação por danos morais, mas dinheiro nenhum devolve o tempo que ele passou longe da família. Enquanto isso, a polícia alega que agiu "dentro dos protocolos". Será?
O caso reacende o debate sobre abordagens policiais no litoral paulista - região que vive sob tensão constante entre segurança pública e direitos individuais. Até quando histórias como essa vão se repetir?