
Era uma tarde como qualquer outra. O sol escaldante de julho, aquele que faz a pele arder em segundos, iluminava o ponto de ônibus onde Gabriela esperava. Ninguém — absolutamente ninguém — imaginaria que aquele seria seu último dia. Um crime brutal, cometido em plena luz do dia, deixou o Brasil em choque. Mas o que realmente choca é a pergunta que ecoa desde então: existe pena de morte no Brasil?
O caso de Gabriela não é só mais um número nas estatísticas. É um daqueles episódios que fazem você parar no meio do caminho e pensar: "Até onde vai nossa justiça?" O assassino, capturado horas depois, já tinha passagens pela polícia — e aí vem aquela sensação de déjà-vu, sabe? Aquele frio na espinha quando a gente percebe que o sistema falhou... de novo.
A Lei e a Realidade: O Que Diz a Constituição?
Vamos direto ao ponto (sem trocadilhos): tecnicamente, a pena de morte está prevista no Brasil, mas só em dois casos extremamente específicos:
- Guerra declarada (sim, daquelas com tanques e soldados)
- Crimes militares em período de conflito
Ou seja, na prática, é como se não existisse. Desde 1876 — você leu certo, século XIX — ninguém foi executado legalmente no país. Mas quando casos como o de Gabriela surgem, a discussão volta com tudo. Nas redes sociais, nos bares, nos almoços de família: "Bandido bom é bandido morto" versus "Estado não pode jogar Deus".
E No Resto do Mundo? Como Fica?
Enquanto o Brasil debate, outros países seguem aplicando a pena capital sem pudor. Estados Unidos, China, Arábia Saudita... a lista é longa. Mas será que funciona? Os números são controversos — alguns estudos dizem que não reduz criminalidade, apenas alimenta um ciclo de violência. Outros argumentam que é a única forma de justiça para casos extremos.
Voltando ao nosso quintal: o assassino de Gabriela pegará, no máximo, 30 anos. Com a progressão de pena, pode sair em menos de 20. Justo? Depende de quem você pergunta. Enquanto isso, a família dela terá que conviver com um vazio eterno — e essa, talvez, seja a verdadeira pena de morte.