O governo federal decidiu botar o pé no acelerador contra um problema que tira o sono de muita gente: o roubo de fios e cabos de cobre. A partir de agora, quem for pego nesse tipo de crime vai encarar penas bem mais pesadas — e olha que não é brincadeira.
A nova lei, sancionada nesta quinta (1°), transforma o furto desses materiais em crime hediondo quando resultar em perigo para a vida ou saúde pública. Imagina só o estrago que um apagão pode causar em hospitais ou até no trânsito das grandes cidades?
De olho nos prejuízos
Não é exagero dizer que esse tipo de delito custa os olhos da cara. Só no ano passado, as concessionárias de energia amargaram prejuízos que bateram na casa dos R$ 1 bilhão. E quem paga essa conta? Nós, é claro, através de tarifas mais altas.
"Essa medida era mais do que necessária", comenta um técnico da área que prefere não se identificar. "Os caras arrancam os cabos sem pensar duas vezes, deixam bairros inteiros no escuro, e no fim a gente que se ferra."
O que muda na prática?
- Pena básica sobe de 1-4 anos para 3-8 anos de prisão
- Multas mais pesadas para receptação desses materiais
- Crime passa a ser inafiançável em casos graves
E tem mais: se o roubo causar interrupção no fornecimento de energia, água, gás ou telecomunicações, aí a coisa fica realmente feia para os criminosos. A lei prevê aumento de pena em até metade.
Nas ruas, a opinião parece dividida. Enquanto alguns acham que "bandido bom é bandido preso", outros questionam se apenas aumentar penas resolve o problema. "Cadê as oportunidades pra essa galera?", pergunta uma moradora da periferia de São Paulo, que prefere não dar o nome.
Uma coisa é certa: com os preços do cobre nas alturas no mercado internacional, a tentação continua grande. Resta saber se o medo da cadeia vai segurar a ganância dos ladrões — ou se vão inventar novas artimanhas.
