
Era suposto ser o guardião dos recursos dos estudantes, mas acabou transformando a tesouraria da Associação de Pós-Graduandos da Feevale em seu cofre particular. A ironia não poderia ser mais cruel.
Nesta quinta-feira, 19 de setembro de 2025, as mãos que outrora assinavam cheques foram algemadas. O ex-presidente da associação, cujo nome ainda reverbera nos corredores universitários, foi preso em flagrante durante uma operação que expôs um rombo de R$ 1,2 milhão nos cofres da entidade.
O modus operandi: criatividade criminosa
Segundo as investigações — que me parecem bastante sólidas, diga-se — o esquema funcionava com uma simplicidade quase insultuosa. Notas fiscais frias eram apresentadas para justificar gastos que nunca existiram. Serviços fantasmas, eventos que nunca aconteceram, despesas que evaporaram no ar.
O dinheiro, é claro, não sumiu sozinho. Grandes quantias eram sacadas em espécie, sumindo sem deixar rastro. Quase meio milhão de reais, simplesmente evaporados. Quem acompanha esses casos já sabe: quando o dinheiro vira cash, a investigação emperra.
As consequências: muito além do prejuízo financeiro
O estrago? Bem, vai muito além dos números. Projetos de extensão cancelados, bolsas de pesquisa que nunca saíram do papel, recursos para eventos culturais que simplesmente... desapareceram. A comunidade acadêmica inteira foi lesada, e a sensação de traição é palpável.
Não se enganem: isso não é apenas um crime financeiro. É uma violação de confiança que atinge o cerne do movimento estudantil. Como vamos acreditar na próxima gestão? Como confiar nos representantes eleitos?
Operação em andamento: mais envolvidos?
A Polícia Civil não descarta que haja outros envolvidos nessa teia de irregularidades. Afinal, desviar R$ 1,2 milhão sozinho seria... trabalhoso, para dizer o mínimo. Investigadores seguem apurando possíveis conexões e beneficiários secundários do esquema.
O ex-presidente agora responde por peculato — e, convenhamos, as evidências parecem robustas. Resta saber se a justiça conseguirá recuperar ao menos parte dos recursos desviados. Algo me diz que vai ser difícil...
Enquanto isso, na Feevale, o clima é de decepção e revolta. E quem pode culpá-los? Quando quem deveria zelar pelos interesses coletivos vira o algoz, a ferida leva muito tempo para cicatrizar.