
O tribunal gaúcho fez soar o martelo, e a sentença ecoou como um trovão no meio artístico. Cris Pereira, nome conhecido dos palcos de humor, agora carrega uma nova e pesada alcunha: condenada por um crime hediondo.
Doze anos de reclusão. É essa a pena, em regime inicialmente fechado, que a Justiça impôs à comediante pelo estupro de uma adolescente de apenas 14 anos. O caso, que remonta a 2017, sempre foi um vespeiro de controvérsias, mas a decisão da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do RS parece não ter deixado margem para dúvidas.
Os Detalhes que Chocaram
Aconteceu numa festa. Um ambiente que deveria ser de descontração tornou-se palco de um evento traumático. A vítima, cuja identidade é preservada por lei, tinha 14 anos na época. A defesa de Cris Pereira, é claro, tentou construir outras narrativas, mas o Ministério Público apresentou um caso que, aos olhos dos desembargadores, foi sólido como uma rocha.
E olha, a defesa já avisou que não vai cruzar os braços. A intenção é recorrer, bater na porta de instâncias superiores, talvez até no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles mantêm a tese de que a relação foi consentida – um argumento que, convenhamos, esbarra de frente na questão da vulnerabilidade da vítima. A lei é bem clara sobre isso.
O que Diz a Lei?
O artigo 217-A do Código Penal não brinca em serviço. Estupro de vulnerável é coisa séria, e a presunção de violência é absoluta quando se trata de menores de 14 anos. Não há discussão sobre consentimento. Simplesmente não existe. A lei foi feita para proteger justamente aqueles que não têm a maturidade completa para entender e decidir.
É um daqueles casos que faz a gente parar e pensar: até onde vai a responsabilidade de um artista perante seus fãs? Onde termina a persona pública e começa o indivíduo com suas obrigações legais e morais?
A condenação já transitou em julgado? Ainda não. O processo ainda pode seguir um longo caminho até esgotar todos os recursos possíveis. Enquanto isso, Cris Pereira responde em liberdade – mas com a vida profissional, pessoal e a reputação profundamente marcadas por esse veredito.
O caso de Cris Pereira joga um holofote brutal sobre questões delicadíssimas. Abuso, poder, fama e a vulnerabilidade de jovens fãs. É um daqueles desfechos judiciais que reverberam muito além das páginas dos processos, servindo quase como um espelho para a sociedade. E a imagem refletida nem sempre é confortável de se ver.