Justiça Tarda, Mas Não Falha: Homem Condenado por Assassinato de Taxista no Grande Recife é Preso no RJ Após 35 Anos em Fuga
Condenado por matar taxista é preso 35 anos depois

Trinta e cinco anos. Quase quatro décadas se passaram desde aquele assalto que terminou em tragédia na Região Metropolitana do Recife. O tempo suficiente para uma vida inteira ser construída—ou, neste caso, para uma fuga interminável se desenrolar. Mas eis que a justiça, teimosa e persistente, finalmente alcançou seu alvo.

Nesta quarta-feira (4), agentes da Coordenadoria Integrada de Recursos Especiais (CORE) prenderam no Rio de Janeiro—sim, no outro lado do país—um homem de 54 anos condenado por um crime que cometeu ainda na juventude. O mandado de prisão, imagine só, era de 1996. Uma relíquia judicial que nunca perdeu a validade moral.

A história remonta a 13 de junho de 1990, num cenário que infelizmente ainda soa familiar hoje. Dois indivíduos armados abordaram um táxi na cidade de Jaboatão dos Guararapes com uma intenção clara: assaltar. O que deveria ser apenas um roubo, no entanto, terminou em sangue. O taxista—cuja vida foi interrompida brutalmente—não sobreviveu ao confronto.

Anos de Busca e uma Captura no Rio

Um dos envolvidos, na época com apenas 19 anos, foi condenado a 18 anos de prisão em regime fechado pelo crime de latrocínio—ou seja, roubo seguido de morte. A sentença saiu, o processo arquivou, mas o homem simplesmente… evaporou. Sumiu do mapa como se a terra o tivesse engolido.

Até que, décadas depois, as peças começaram a se mover novamente. A Polícia Civil de Pernambuco retomou as investigações—aquela teimosia institucional que às vezes surpreende. E descobriram que o foragido não estava escondido em algum sítio isolado no Nordeste. Pelo contrário: estava vivendo no Rio de Janeiro, tentando recomeçar longe do seu passado.

Não deu certo. A operação foi coordenada entre as polícias do Rio e de Pernambuco, e o homem foi localizado e detido sem resistência. Agora, ele cumpre mandado na capital fluminense—aguardando os trâmites burocráticos que definirão se retornará a Pernambuco para finalmente cumprir sua pena.

Um Alívio Tardio, Mas um Alívio

Casos como esse me fazem pensar na natureza do tempo e da justiça. Trinta e cinco anos é mais do que muitas penas de prisão no Brasil. É tempo de criar filhos, de construir carreiras, de envelhecer. Mas crimes graves não prescrevem—e a sociedade não esquece.

Não sabemos como viveu所有这些 anos esse homem—se reconstruiu, se se arrependeu, se viveu sob o medo constante de ser descoberto. O que sabemos é que a família da vítima esperou por décadas por um tipo de encerramento que nunca chega de verdade, mas que a prisão traz um certo alívio simbólico.

E isso talvez seja o mais importante: a mensagem de que não adianta correr. A justiça pode até demorar—e como demora!—mas uma hora ela bate na porta. Mesmo que leve 35 anos para chegar.