
Era uma noite como qualquer outra em Lages — até que o silêncio foi quebrado por gritos desesperados. Um crime tão brutal que deixou até os investigadores veteranos com um nó na garganta. Um homem, agora identificado como o autor dos golpes, acabou condenado a 16 anos atrás das grades.
O que começou como uma discussão banal terminou em tragédia. Testemunhas contam que o acusado — vamos chamá-lo de "o agressor" porque nomes aqui não importam — perdeu completamente a cabeça. Pegou o que tinha à mão: um pedaço de madeira. E não parou de bater.
Os detalhes que doem
A vítima? Um jovem de 28 anos que vivia nas ruas. Sem família por perto, sem quem o defendesse. Os médicos legistas contaram 15 lesões graves — algumas no crânio. "Dá pra ver que houve ódio nisso", comentou um dos peritos, em off.
O julgamento foi rápido, coisa rara no nosso judiciário. Talvez porque as provas eram cristalinas: imagens de câmeras de segurança, depoimentos concordantes, a arma do crime com digitais e sangue. O juiz não teve dúvidas: homicídio qualificado, pena base de 20 anos, reduzida para 16 por aceitação parcial da acusação.
E as cicatrizes que não se veem?
Enquanto isso, na Praça João Costa — onde tudo aconteceu —, os moradores de rua seguem sua rotina de sobrevivência. Alguns evitam falar do caso. Outros soltam frases soltas: "A gente vive com medo", "Podia ter sido eu".
O defensor público tentou argumentar "emoção violenta". Sabe como é — aquele velho discurso de "não estava em si". Só que o Ministério Público rebateu com dados: nos últimos 3 anos, 12 mortes violentas de pessoas em situação de rua na região. Nenhuma resolvida até hoje. Esta, pelo menos, teve algum tipo de justiça.
Fica a pergunta que não quer calar: quantos casos como esse passam batido? Quantas vidas consideradas "descartáveis" pela sociedade? O juiz, ao ler a sentença, pareceu ecoar esse pensamento: "Nenhuma vida vale menos que outra". Belas palavras. Resta saber se algum dia vira realidade.