Imagina só: é seu aniversário, o dia mal começou e você já se vê trancada em um cemitério. Sozinha. No escuro. Foi exatamente esse pesadelo que aconteceu com uma moradora de Camaragibe, que preferiu não revelar seu nome completo – e quem pode culpá-la?
Parece roteiro de filme de terror, mas foi pura realidade. Tudo aconteceu na quarta-feira (4), por volta das 18h30. Ela foi visitar o túmulo da avó, algo que fazia regularmente, quando o impensável aconteceu: o portão principal simplesmente fechou, e ela ficou para dentro.
"No começo, eu até tentei manter a calma", contou ela, ainda visivelmente abalada. "Bati palmas, gritei, esperneei. Nada. Aí o desespero bateu de verdade. O celular estava quase sem bateria, e aquele silêncio... meu Deus, aquele silêncio é o que mais assusta."
O Resgate que Parecia Não Chegar
Conseguiu fazer uma ligação – milagrosamente – para o noivo. A voz dela, entrecortada pelo pânico, deixou claro que aquela não era uma brincadeira. Ele, então, acionou os bombeiros. Mas esperar, naquela escuridão toda, cercada de lápides... foi uma das provações mais difíceis.
Os militares do 11º BBM chegaram e, com aquela eficiência característica, não mediram esforços. Usaram até uma escada para pular o muro e chegar até ela. O vídeo do resgate – que viralizou – mostra o exato momento em que eles a encontram, são quase 20h da noite, e ela está visivelmente aliviada, mas ainda tremendo como varinha verde.
"Agora eu até consigo rir, sabe? Olho para trás e vejo o quão absurdo foi", disse ela, tentando encontrar um lado positivo na história. "Mas na hora... na hora foi desesperador. Eu nunca tinha sentido um medo tão cru, tão real. Acho que marcar meu aniversário assim, hein? Nunca mais vou esquecer."
E o Cemitério? E a Prefeitura?
Aqui é que a coisa fica ainda mais intrigante. O horário de funcionamento do cemitério, segundo a Prefeitura de Camaragibe, é das 7h às 17h. Como é que um portão desses simplesmente fecha com alguém ainda lá dentro? Alguém não fez a ronda final? Esqueceram de checar?
O G1 tentou contactar a gestão municipal para entender como um erro destes pode acontecer – e, principalmente, que medidas vão tomar para garantir que ninguém mais passe por isso. Até o fechamento desta matéria, ninguém se pronunciou. Um silêncio, digamos, bastante conveniente.
Uma coisa é certa: essa história vai dar o que falar. E para a aniversariante, hein? Ela já garantiu que esse foi, com certeza, o aniversário mais inusitado e aterrorizante da sua vida. Mas também, no fim das contas, mostrou como até nos momentos mais sombrios, há espaço para um final feliz – graças à pronta ação do Corpo de Bombeiros.
