
Era pra ser mais uma terça-feira qualquer no movimentado Centro de Ribeirão Preto. O sol de setembro batia forte no calçamento, e o vai e vem de gente era o de sempre — até que, do nada, o clima mudou. De repente, o que se via era gente correndo, gritos abafados e um silêncio pesado tomando conta de quem ainda não entendia o que estava acontecendo.
No meio do rebuliço, uma mulher. Não dava pra saber a idade direito, mas a expressão era daquelas que a gente não esquece: vazia, distante e, ao mesmo tempo, carregada de uma energia que gelava a espinha. Na mão, uma faca grande — daquelas de cozinha, mas que, na situação, parecia uma arma de guerra.
O pânico foi instantâneo. Quem estava na rua entrou em desespero. Lojistas fecharam as portas às pressas. Um senhor que vendia pipoca na esquina saiu arrastando o carrinho. “Pensei que fosse um assalto, um sequestro, algo assim”, contou depois, ainda tremendo. Até criança chorando se ouvia — um daqueles sons que cortam a gente por dentro.
🔫 A intervenção da Guarda Civil Municipal
Não demorou muito para a Guarda Civil Municipal (GCM) chegar. Dois viaturas, sirenes ligadas, e vários agentes se aproximando com cautela. A mulher, mesmo cercada, não baixava a arma. Ela mexia a faca no ar, como se estivesse cortando algo invisível — um gesto absurdo, quase teatral, se não fosse tão assustador.
Os guardas tentaram diálogo. “Senhora, pode baixar a faca, por favor?” Nada. Ela continuava ali, parada, encarando um ponto fixo no horizonte como se estivesse vendo algo que ninguém mais via. Quem observava de longe segurava a respiração.
Foi quando um dos guardas se aproximou pelo lado, num movimento rápido, e imobilizou o braço dela. A faca caiu no chão com um barulho seco. Alguém na multidão soltou um “uh!” de alívio. A mulher não reagiu — apenas baixou a cabeça, como se acordasse de um sonho pesado.
😔 E depois? O que aconteceu?
Ela foi levada para a delegacia, mas não como uma criminosa comum. Havia algo de errado ali — talvez um surto, uma crise, algo que a tirou da realidade. A GCM tratou o caso com estranheza e, ao mesmo tempo, com a seriedade de quem lida com vidas, e não apenas com estatísticas.
Ninguém se feriu. Nenhum disparo foi feito. Mas o susto, ah, esse ficou. Ribeirão Preto não é cidade que vive esse tipo de cena com frequência — e ainda bem, né? Mas quando acontece, a gente lembra que o imprevisível mora logo ali na esquina.
Será que a gente tá cuidando direito da saúde mental das pessoas? Será que a violência invisível — a que não chega nas manchetes — tá sendo ignorada? Perguntas que ficaram no ar, junto com o eco dos gritos e o silêncio que veio depois.