Não é fácil envelhecer num mundo onde a malandragem parece estar sempre um passo à frente. Na última terça-feira (6), um senhor de 78 anos — vamos chamá-lo de Seu Antônio, porque nomes importam — caiu numa armadura tão bem montada que até quem tem olho clínico teria dificuldade em perceber.
Dois homens chegaram à casa dele, no bairro de Brotas, com uniformes impecáveis e um discurso convincente. Diziam ser técnicos de uma empresa de serviços públicos, ali para "regularizar o medidor de água". Parecia legítimo — afinal, quem nunca teve problemas com a conta no fim do mês?
O golpe
Enquanto um distraía Seu Antônio com papo técnico ("vazamento invisível", "ajuste gratuito"), o outro sumiu por alguns minutos. Quando percebeu, já era tarde: R$ 3.800 em economias de uma vida tinham evaporado.
"Eles sabem exatamente como nos pegar", desabafa Dona Maria, vizinha da vítima. "Idoso confia em uniforme, em documento... esses canalhas estudam nossas fraquezas."
Como se proteger?
- Desconfie sempre — empresas sérias marcam horário e identificam funcionários com antecedência
- Peça identificação oficial e ligue para confirmar — não use números que eles fornecerem
- Não deixe estranhos circularem sozinhos pela sua casa
- Avise um vizinho quando receber visitas inesperadas
A delegacia já investiga o caso, mas sabe como é — esses golpistas mudam de tática mais rápido que camaleão em loja de tecidos. Enquanto isso, a família de Seu Antônio tenta levantar o astral do patriarca. "Ele tá arrasado, mas vamos superar", diz o neto, mostrando aquela resiliência que só quem já levou rasteira da vida conhece.
