Britânico relata pesadelo no Rio: 'Dois goles e não lembro de mais nada' — vítima de 'Boa Noite, Cinderela'
Britânico dopado no Rio: "Dois goles e não lembro de nada"

Imagine acordar em um lugar desconhecido, sem lembrar como chegou lá — e pior: sem seus pertences. Foi exatamente o que aconteceu com Oliver Thompson, um britânico de 32 anos que visitava o Rio de Janeiro a trabalho.

"Dois goles e não lembro de mais nada", conta ele, ainda visivelmente abalado. "Parece clichê de filme, mas é real."

O que aconteceu?

Na noite de quinta-feira (10), Oliver decidiu conhecer um bar "autêntico" no centro da cidade — contra recomendações do hotel. "Queria viver a experiência carioca", justifica. Mal sabia ele...

Após aceitar uma bebida de um "novo amigo" — sim, aquele clássico erro —, suas memórias simplesmente apagaram. Como um interruptor desligado. Quando recobrou a consciência, 14 horas depois, estava em um banco de praça:

  • Sem celular
  • Sem carteira
  • Sem o relógio de presente do avô
  • Com uma dor de cabeça que "parecia um tambor de escola de samba"

O modus operandi que preocupa

Segundo delegados que investigam o caso, a tática é antiga, mas continua eficaz: aproximação simpática, bebida adulterada (geralmente com benzodiazepínicos) e sumiço rápido. "É assustador como uma noite pode virar um pesadelo", comenta a delegada Fernanda Moura.

E olha que o Rio não está sozinho nessa estatística sombria. Só este ano, a polícia registrou:

  1. 47 casos similares com turistas
  2. 12 flagrantes de suspeitos
  3. Uma queda de 22% nas ocorrências — mas, convenhamos, ainda é muito

"Parece óbvio, mas nunca é demais reforçar", alerta o especialista em segurança turística Carlos Gama: não aceite bebidas de estranhos. Ponto final.

E agora, Oliver?

O britânico — que ironicamente trabalha com segurança de dados — teve que adiar seu voo e lidar com o consulado para refazer documentos. "Perdi equipamentos de trabalho, mas poderia ter sido pior", filosofa. "Ao menos não acordei em uma banheira com um rim a menos."

Moradores locais ouvidos pela reportagem deram aquele suspiro típico de "de novo isso?" e sugeriram bares mais seguros. Porque sim, o Rio tem dessas contradições: lugares incríveis... e armadilhas que parecem saídas de um roteiro de suspense mal escrito.