Zâmbia: Homens Condenados por Tentativa de Assassinato com Rituais de Bruxaria Contra Presidente
Zâmbia: condenação por bruxaria contra presidente

Imagine só: em pleno século XXI, uma trama que parece saída de um romance de suspense místico. Dois homens, lá na Zâmbia, acabaram de ser condenados a sete longos anos atrás das grades. O crime? Tentativa de assassinato contra o presidente Hakainde Hichilema usando... bem, bruxaria. Sério mesmo.

Os acusados, de 37 e 47 anos, foram pegos com um pacote sinistro contendo coisas que não se brinca: uma cobra seca, penas de aves, um crânio de macaco e outros artefatos que, segundo a crença local, teriam poderes mortais. A ideia era usar esses elementos em rituais de magia negra para causar a morte do mandatário.

O julgamento e a defesa inusitada

Durante o processo, a defesa tentou argumentar que tudo não passava de uma farsa, uma encenação para extorquir dinheiro de um dos envolvidos. Mas o tribunal não comprou a ideia. O juiz foi taxativo: tentativa de assassinato é tentativa de assassinato, não importa o método utilizado.

E cá entre nós, seja com uma arma de fogo ou com um feitiço, a intenção era uma só. O que me faz pensar: será que a justiça estava certa em tratar isso com a mesma seriedade? Bom, pelo código penal zambiano, estava sim. Lá, a lei não distingue tecnologia de tradição quando o assunto é tirar uma vida.

O contexto político que poucos falam

Hichilema, conhecido como "HH", não é nenhum novato em polêmicas. Ele assumiu o poder em 2021 depois de uma eleição bastante conturbada, e desde então tem enfrentado oposição ferrenha. Alguns analistas locais sussurram por aí que esse caso de feitiçaria pode estar mais para um sintoma de tensão política do que para uma crença supersticiosa genuína.

Não é todo dia que se vê um caso desses ganhar as manchetes internacionais. Mas a Zâmbia, como muitos países africanos, ainda vive com um pé no mundo moderno e outro nas tradições ancestrais. E isso cria situações que, para nós ocidentais, parecem surreais.

O caso levanta questões profundas sobre até que ponto o Estado deve interferir em crenças pessoais e práticas culturais. Por outro lado, ninguém em sã consciência pode defender que tentar matar o presidente - por qualquer meio - seja aceitável.

Os dois condenados certamente terão muito tempo para refletir sobre suas escolhas nos próximos sete anos. E o resto de nós fica com aquela pergunta perturbadora: será que, em algum lugar do mundo, rituais como esses poderiam realmente funcionar? Melhor não ficar esperando a resposta.