
Quase um quarto de século se passou, mas o passado ainda ecoa. Nesta terça-feira, autoridades médicas de Nova York anunciaram o que muitos consideravam impossível: a identificação de mais duas vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Usando o que há de mais moderno em tecnologia forense — aquela que parece saída de filmes de ficção científica —, especialistas conseguiram dar nomes aos restos mortais que estavam sem identificação desde aquela manhã que mudou o mundo. Detalhes? Não foram revelados. O processo, minucioso e cheio de reviravoltas, envolveu testes de DNA de última geração.
O peso da espera
Imagine esperar 23 anos por um enterro digno. É como carregar uma ferida que nunca cicatriza, dizem psicólogos que acompanham as famílias. "Cada nova identificação é um capítulo que se fecha", comenta uma fonte do escritório médico da cidade, enquanto ajusta os óculos com ar cansado.
Curiosamente, essa não é a primeira vez que a ciência surpreende nesse caso. Desde 2019, técnicas refinadas já identificaram 1.650 das 2.753 vítimas — números que doem só de mencionar. Mas ainda há 1.103 pessoas cujos restos seguem "anônimos".
Como funciona o quebra-cabeça genético
- Fragmentos ósseos minúsculos são submetidos a banho químico especial
- Extrai-se DNA mesmo de amostras degradadas — coisa que era sonho há 20 anos
- Comparação com amostras familiares num processo que pode levar meses
"É como encontrar agulha em palheiro radioativo", brinca sem graça um técnico do laboratório, antes de corrigir: "Mas quando conseguimos, vale cada segundo".
Enquanto isso, no Marco Zero, turistas tiram selfies sem saber que, sob seus pés, num laboratório secreto, pedaços de história ganham nomes. A ironia não passa despercebida.