
Não é todo dia que uma voz se cala de forma tão definitiva num conflito que já dura décadas. Mas foi exatamente isso que aconteceu. As Forças de Defesa de Israel – aquelas mesmas que não costumam errar o alvo – confirmaram nesta quarta-feira que eliminaram Abu Obeida, o porta-voz do braço armado do Hamas, as Brigadas Al-Qassam.
O anúncio veio direto de fontes militares israelenses, sem muito rodeio. E não foi um acidente. Foi uma operação precisa, cirúrgica, que localizou e neutralizou o alto escalão do grupo em Gaza. A notícia correu o mundo em minutos, é claro.
Abu Obeida não era um qualquer. Longe disso. Era a figura sombria por trás dos comunicados ameaçadores, a voz que anunciava os ataques com foguetes e que exibia os nomes dos soldados israelenses capturados. Um mestre da propaganda e do terror psicológico, se é que podemos definir assim.
O Silêncio que Fala Mais Alto
Desde outubro do ano passado, quando tudo começou de novo – e com uma violência assustadora –, ele era uma presença constante. Suas aparições, sempre de rosto coberto e uniforme militar, eram aguardadas com um misto de ódio e medo.
Mas agora, silêncio. E num conflito onde a informação é tão importante quanto as balas, calar um porta-voz é como cortar a língua de um exército inteiro.
Israel não deu detalhes sobre a operação. Sabe-se como é: "questão de segurança nacional". Mas é inegável que é um golpe duro no Hamas, tanto simbólico quanto operacional. Tirar do jogo quem coordenava a narrativa é como desarmar uma bomba pela metade.
E Agora, o Que Esperar?
Ninguém é ingênuo de achar que isso vai acabar com a guerra. Muito pelo contrário. A história nos ensina que quando se corta uma cabeça, outras podem surgir – muitas vezes ainda mais radicais. A violência pode até escalar, numa espiral de vingança que não parece ter fim.
O Hamas já perdeu vários líderes nos últimos meses, é verdade. Mas Israel também sabe que isso não é o checkmate. É mais um xeque-mate num tabuleiro que parece infinito.
Enquanto isso, a população civil – ah, a população civil – continua pagando o preço mais alto. De ambos os lados. E a pergunta que fica, ecoando no vácuo das notícias, é: quando é que alguém vai ganhar essa guerra? Ou será que ninguém ganha?