
O que era pra ser mais uma noite qualquer em Gaza se transformou num pesadelo de aço e fogo. De repente, sem aviso — porque nessas horas nunca há aviso —, o céu desabou sobre um prédio residencial. Literalmente.
As forças israelenses, claro, já se adiantaram a justificar a ação. Dizem que o alvo não era exatamente civil: militantes do Hamas estariam usando o local como base operacional. Mas convenhamos, essa desculpa já vem com carimbo de tão usada, não? E enquanto burocratas discutem terminologias, famílias inteiras desaparecem sob os escombros.
O estrondo foi ouvido a quilômetros. Quem estava por perto descreve cenas dantescas — poeira grossa cobrindo tudo, gritos desesperados, o cheiro inconfundível de pólvora e morte. Os serviços de emergência palestinos, sempre sobrecarregados e com recursos míseros, trabalham contra o relógio. Cada minuto conta, mas faltam equipamentos, faltam mãos, falta esperança.
E o balanço? Ah, o balanço. Números preliminares falam em pelo menos 15 mortos. Dezenas de feridos, muitos em estado crítico. Crianças, sim, crianças estão entre as vítimas. Sempre estão. É uma matemática perversa que se repete num ciclo interminável de violência.
O Jogo Político por Trás dos Escombros
Enquanto isso, nos corredores do poder, a retórica segue seu curso previsível. De um lado, Israel defende seu "direito à autodefesa". Do outro, a liderança palestina acusa o governo israelense de crimes de guerra. A comunidade internacional? Bem, solta notas de repúdio bem-educadas que mudam absolutamente nada no chão da realidade.
É curioso como conflitos dessa magnitude viram moeda política. Cada bombardeio, cada vida perdida, vira peça num tabuleiro geopolítico onde ninguém quer ceder. E a população civil — ah, essa sempre paga o pato.
Um Futuro Incerto
O que vem pela frente? Mais violência, provavelmente. A região parece presa num loop histórico do qual não consegue escapar. A cada escalada, a paz se afasta mais, tornando-se quase uma miragem no deserto.
Enquanto isso, em Gaza, o dia amanhece sobre ruínas. Sobreviventes vasculham o que restou de suas casas — fotos, documentos, lembranças. Pequenos tesouros reduzidos a pó. A vida, teimosa, tenta seguir adiante. Mas como seguir quando o chão literalmente desaparece sob seus pés?
O mundo observa, distante. Alguns se comovem, outros mudam de canal. A guerra, afinal, é assim mesmo: alheia à nossa indiferença.