
Imagine trabalhar anos em um banco, conhecer cada brecha do sistema e, em vez de alertar sobre falhas, decidir explorá-las para benefício próprio. Foi exatamente o que dois ex-funcionários fizeram em Manaus, segundo denúncia do Ministério Público do Amazonas.
O esquema — que lembra aqueles filmes de Hollywood onde os "funcionários exemplares" viram mestres do crime — teria desviado valores que beiram o milhão de reais. E o pior? Quase escaparam ilesos.
Como o golpe funcionava
Não foi nada sofisticado, mas eficiente. Os acusados, que ocupavam cargos de confiança, aproveitavam:
- Aberturas no sistema interno para transferências não autorizadas
- Documentação falsa para justificar movimentações
- Contas fantasmas que recebiam os valores
E olha só a cara de pau: segundo as investigações, o esquema rolou por meses antes de alguém estranhar. Quando a ficha caiu, o estrago já estava feito.
"Funcionários exemplares" com dupla face
O que mais choca nesses casos é o perfil dos envolvidos. Não eram "bandidos de carreira", mas profissionais que tinham:
- Anos de casa
- Bons históricos
- Acesso privilegiado
— É o típico caso de quem achou que poderia burlar o sistema e sair impune — comenta um especialista em crimes financeiros que preferiu não se identificar.
O banco, claro, não ficou nada satisfeito. Além de acionar o MP, já move ações para recuperar parte do prejuízo. Mas vamos combinar: dinheiro desviado assim some feito água entre os dedos.
E agora, José?
Os ex-funcionários respondem por:
- Fraude bancária
- Formação de quadrilha
- Falsificação de documentos
Se condenados, podem pegar até 10 anos de cana. Mas sabemos como a Justiça brasileira funciona — ou melhor, como não funciona na maioria dos casos.
Enquanto isso, o caso serve de alerta para instituições financeiras: confiança é bom, mas auditoria constante é melhor ainda. Como diz o ditado, oportunidade faz o ladrão — e nesse caso, a oportunidade estava servida em bandeja.