
Imagine confiar em alguém que entra na sua casa há anos e, de repente, descobrir que essa pessoa estava, aos poucos, esvaziando sua conta bancária? Foi exatamente o pesadelo que uma aposentada de 82 anos viveu em Eunápolis, no extremo sul da Bahia.
Agora, a ex-funcionária doméstica, de 47 anos, está atrás das grades. A polícia não teve dó: ela foi presa em flagrante por estelionato e falsidade ideológica. Tudo porque, segundo as investigações, ela não contente em receber o salário, decidiu dar uma 'aumentada' no próprio rendimento — e às custas da patroa.
O golpe era simples, mas ardiloso. A mulher teria se aproveitado da confiança e da idade avançada da idosa. Criou um perfil falso no aplicativo do banco da vítima no celular dela mesma! A partir daí, era só transferir dinheiro para a própria conta como se fosse a idosa autorizando — uma falsificação digital que durou meses.
Como a fraude foi descoberta?
Tudo começou a desmoronar quando a família notou algo estranho. Movimentações bancárias que não batiam. A filha da idosa, desconfiada, foi olhar o extrato e levou um susto: quase R$ 60 mil tinham sumido. Sumiço estranho, já que a mãe mal mexia no celular sozinha.
Aí a peça que faltava: a ex-doméstica ainda pedia para usar o celular da patroa — dizia que era para "ajudar com as coisas de banco". Só que a ajuda, na verdade, era para si própria. Que auxílio mais caro, não?
A Polícia Civil agiu rápido. Identificou que as transferências partiam do aparelho da idosa, mas iam direto para a conta da ex-funcionária. Dinheiro que devia pagar contas, comprar remédios, garantir o bem-estar de uma senhora octogenária, indo parar no bolso de quem devia cuidar.
Prisão em flagrante e reviravolta
Com as provas em mãos, a polícia foi à casa da suspeita. Lá, encontraram o celular usado no crime — a ferramenta principal do esquema. Ela não negou. Assumiu que fez as transferências, mas soltou uma justificativa que beira o inacreditável: disse que a idosa estava devendo salários atrasados e que, por isso, teria direito ao dinheiro.
O problema? A Justiça não funciona assim. Ninguém pode simplesmente decidir compensar uma suposta dívida — ainda mais de forma clandestina — sem autorização judicial. A alegação não colou. A defesa, é claro, vai tentar reverter a situação, mas a prisão foi mantida.
O caso serve como alerta para muitas famílias. Cuidado com quem tem acesso aos dados bancários de idosos. A tecnologia facilita a vida, mas também abre brechas para esse tipo de abuso. Fique de olho nos extratos, nas movimentações e, principalmente, naqueles que se oferecem "demais" para ajudar.