
Imagine receber uma proposta de investimento que promete render o dobro do seu dinheiro em poucos meses? Pois é, parece bom demais para ser verdade – e quase sempre é. A Polícia Civil do Distrito Federal acaba de desmantelar uma sofisticada organização criminosa que vivia justamente dessa ilusão.
Nesta terça-feira (3), uma operação batizada de "Phantom Invest" resultou na prisão de 16 pessoas e no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão. O esquema, que operava desde 2022, aplicava o velho golpe do falso investimento, mas com uma roupagem digital que enganou até os mais desconfiados.
Como a Quadrilha Operava
Os criminosos – que tinham até escritório físico para parecerem legítimos – ofereciam aplicações financeiras em supostas empresas do agronegócio, criptomoedas e outros ativos. Usando plataformas de comunicação e redes sociais, eles conquistavam a confiança das vítimas com promessas de retornos absurdos: até 15% ao mês!
"Eles eram profissionais da persuasão", comentou um delegado envolvido nas investigações. "Criavam toda uma estrutura falsa, com contratos, relatórios de desempenho e até atendimento ao cliente."
Nos primeiros meses, pagavam pequenos "rendimentos" para dar credibilidade. Quando o valor aplicado atingia quantias significativas... puff! Sumiam com o dinheiro e cortavam comunicação.
O Prejuízo que Choca
As investigações – que começaram com uma denúncia anônima em março – revelaram um prejuízo estimado em mais de R$ 5 milhões. Uma única vítima perdeu impressionantes R$ 800 mil. Outras 50 já foram identificadas, mas os policiais acreditam que existam muito mais pessoas enganadas pelo Brasil todo.
O que mais impressiona é a diversidade das vítimas: desde pequenos investidores até empresários experientes. A ganância, aliada à persuasão dos criminosos, falou mais alto.
Operação Phantom Invest
A operação foi executada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) em conjunto com outras unidades. Os policiais apreenderam computadores, documentos, celulares e veículos de luxo que seriam fruto do esquema.
Os investigados responderão por associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. Se condenados, podem pegar até 12 anos de prisão.
A Polícia Civil alerta: desconfie sempre de promessas de rentabilidade acima do mercado. Investimentos legítimos não operam com retornos milagrosos. Na dúvida, consulte sempre órgãos reguladores como o Banco Central e a CVM.