Era um plano quase perfeito — ou pelo menos parecia ser. Um casal de empresários de Minas Gerais, envolvido em um esquema de desvio de verbas de empresas locais, já tinha as malas prontas para Portugal quando a polícia chegou. A história, que parece roteiro de filme, virou caso de polícia na região sul do estado.
Segundo as investigações — que começaram após denúncias anônimas —, os dois desviavam quantias consideráveis há pelo menos três anos. "Eles eram meticulosos, mas cometeram erros bobos", contou um delegado que prefere não se identificar. Coisas como:
- Transferências bancárias em horários incomuns
- Compras de imóveis em nome de laranjas
- Passagens aéreas pagas em dinheiro vivo
O que deu errado no plano?
Parece que a ganância foi maior que a cautela. Enquanto preparavam a mudança definitiva para a Europa — com direito a casa mobiliada e contas no exterior —, esqueceram de apagar e-mails comprometedores. Detalhe: usavam o mesmo provedor desde 2019. "Foi como deixar um rastro de migalhas", brincou um perito.
Curiosamente, os dois já estavam na mira do Conselho Regional de Contabilidade por irregularidades anteriores. Mas foi só quando uma das empresas vítimas do golpe — uma fábrica de móveis em Pouso Alegre — descobriu lacunas nas finanças que tudo veio à tona.
Próximos passos
Enquanto isso, o casal aguarda julgamento em liberdade (com tornozeleiras eletrônicas, claro). As autoridades portuguesas já foram notificadas, caso tentem deixar o país. Resta saber se conseguirão recuperar parte do dinheiro — estimado em R$ 4,3 milhões.
Moral da história? Até os planos mais bem arquitetados podem desmoronar por detalhes insignificantes. Ou como diz o ditado mineiro: "O pior cego é aquele que não quer ver".
