
Parecia bonito na teoria: bingos beneficentes para ajudar instituições carentes. Mas a realidade? Uma operação de lavagem de dinheiro tão bem armada que até os vizinhos jurariam que era legítimo. Dois empresários do interior paulista agora enfrentam as consequências.
A Justiça de Ribeirão Preto condenou os donos de uma casa de bingo a 10 e 8 anos de prisão. O esquema — que você não acreditaria se não tivesse as provas — movimentou mais de R$ 3 milhões entre 2018 e 2021. E olha que a criatividade para o crime foi de dar inveja a roteirista de filme policial.
Como o golpe funcionava
Primeiro, os criminosos criavam eventos beneficentes super convincentes. Quem nunca doou para uma causa social, né? Só que aqui, os valores arrecadados eram muito além do normal. Estamos falando de R$ 50 mil a R$ 80 mil por noite — dinheiro que, na verdade, vinha de fontes obscuras.
- Usavam 12 "laranjas" para receber e movimentar o dinheiro
- Declaravam valores fictícios de prêmios distribuídos
- Tinham até sistema de pontos para disfarçar as transações
O mais absurdo? Parte da grana era realmente doada para instituições. Sabe aquela história de "um passo para trás para dar dois à frente"? Pois é. A doação servia de cortina de fumaça perfeita.
O desmonte do esquema
Tudo começou a desmoronar quando um dos "laranjas" resolveu falar. A Polícia Civil abriu investigação e descobriu que os caras tinham até um manual de operação — sim, um tutorial passo a passo de como lavar dinheiro!
Durante as buscas, encontraram:
- Cadernos com anotações detalhadas de valores
- Computadores com planilhas de controle
- Celulares com mensagens trocadas sobre o esquema
Os investigadores ficaram impressionados com o nível de organização. "Parecia uma empresa de verdade, só que o produto era crime", comentou um delegado envolvido no caso.
As condenações
Além da prisão, os dois terão que pagar multa de R$ 500 mil cada. E olha só a ironia: parte desse dinheiro será destinado a... instituições beneficentes de verdade. Quem diria, hein?
Os "laranjas" que participaram do esquema também não saíram ilesos. Alguns terão que prestar serviços comunitários — justamente o que os eventos fingiam promover.
Moral da história? Em Ribeirão Preto, a justiça mostrou que nem todo mundo que fala em ajudar os outros está realmente com boas intenções. E que, às vezes, a caridade pode esconder os piores tipos de ganância.