O clima era pesado. Dá pra sentir na voz dela, aquele tremor que só aparece quando a gente sabe que algo está muito errado. Os áudios — aqueles que todo mundo agora repassa em grupos de WhatsApp — mostram o último diálogo antes do sumiço. "Cê tá com medo?", ela pergunta. A resposta dele? Um seco "não vai virar nada aqui".
Três dias depois, o empresário de 42 anos some sem deixar rastro. Tinha ido cobrar uma dívida impagável — sim, estamos falando de sete zeros — em um sítio na zona rural. O que deveria ser uma visita rápida virou um quebra-cabeça pra polícia.
O que os investigadores sabem (e o que não faz sentido)
Primeiro: o carro. Encontraram o veículo dele abandonado perto de uma rodovia, mas sem sinais de violência. Segundo: o celular. Parou de transmitir localização exatamente na hora marcada pra reunião. Coincidência? Difícil acreditar.
Os investigadores estão revirando a vida do credor — um cara com passagem por fraude — mas até agora, zero provas concretas. "Tem cheiro de coisa armada", comenta um delegado que pediu pra não ser identificado. "Quando o valor é alto assim, as pessoas fazem loucuras."
A última vez que alguém viu
A esposa lembra cada minuto daquela manhã. Ele saiu cedo, prometeu almoçar em casa. Até mandou mensagem dizendo que estava "quase resolvendo". Depois? Silêncio. O que aconteceu naquele sítio é o que todo mundo quer saber.
Os parentes já estão oferecendo recompensa. A polícia trabalha com duas linhas: sequestro ou — pior — algo irreversível. Enquanto isso, os áudios continuam circulando. E aquele "não vai virar nada aqui" ecoa como ironia macabra.
