
O ano de 2024 está sendo marcado por números que chocam - e envergonham. Um levantamento recente da SaferNet Brasil, organização que monitora crimes na internet, apontou que as denúncias de racismo nas plataformas digitais simplesmente explodiram. Estamos falando de um aumento de 156% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Não são apenas números frios. Cada porcentagem representa histórias reais de dor e humilhação. Janeiro foi particularmente cruel, com 3.071 casos reportados - o maior volume mensal já registrado desde que começaram a contabilizar esses dados.
Quem são as vítimas?
As mulheres negras, ah, elas continuam na linha de frente desse massacre virtual. Representam a maioria esmagadora das vítimas. É como se a internet tivesse virado um espelho distorcido da sociedade, ampliando preconceitos que insistem em não desaparecer.
E onde isso acontece? Bem, as plataformas preferidas dos racistas são justamente aquelas onde todo mundo está: Instagram, X (antigo Twitter), Facebook e TikTok. Lugares que deveriam conectar pessoas, mas que muitas vezes viram palco para discursos de ódio.
Por que tanta impunidade?
Aqui vem a parte que mais dói: a sensação de que nada acontece. Das milhares de denúncias recebidas pela SaferNet, apenas 318 viraram inquéritos policiais. Sim, você leu certo - menos de 10% dos casos seguem adiante.
Juliana Cunha, coordenadora da SaferNet, não esconde a frustração: "As pessoas estão denunciando mais, mas esbarram numa máquina lenta e ineficiente". Ela tem razão - de que adianta encorajar vítimas a falarem se o sistema parece surdo?
Além do racismo: outros crimes digitais
O relatório trouxe outro dado preocupante: os crimes contra a honra também dispararam. Difamação, injúria e calúnia tiveram aumento de 121%. Parece que a internet virou terra sem lei, onde xingar e ofender virou esporte nacional.
E tem mais - os alvos preferenciais mudaram. Se antes as celebridades eram as principais vítimas, hoje são pessoas comuns, como você e eu. Gente que ousa expressar opiniões ou simplesmente existir online.
O que fazer?
Especialistas apontam caminhos: mais educação digital, plataformas mais responsáveis e, claro, um sistema judicial que funcione. Enquanto isso não acontece, a sensação é de que estamos nadando contra a maré.
O recado que fica? O virtual é real. As palavras doem. E o silêncio diante do racismo - seja online ou offline - só fortalece quem espalha ódio.