
Imagine a cena: um homem de 30 anos, supostamente adulto e responsável, reduzindo sua existência a enviar míseros R$ 20 pelo PIX para uma criança de 13 anos. O motivo? Fotografias e vídeos de cunho sexual. A realidade, porém, acabou sendo bem diferente do que ele planejava.
Nesta sexta-feira (19), a Polícia Civil de Roraima prendeu em flagrante o motorista — cujo nome não foi divulgado para preservar a vítima — após investigações que começaram com uma denúncia anônima. Detalhe macabro: ele usava aplicativos de mensagem popular entre adolescentes para se aproximar de menores.
O golpe mais baixo
Segundo delegados envolvidos no caso, o criminoso agia como um predador digital:
- Iniciava conversas inocentes sobre escola e hobbies
- Ganhava confiança ao se passar por "amigo mais velho"
- Oferecia pequenos valores (às vezes menos que um lanche!) como isca
"Quando a gente vê o histórico de conversas, fica nítido o aliciamento gradual", comenta uma investigadora que pediu anonimato. "Ele testava limites, como quem afia uma faca antes do golpe."
PIX: a nova arma dos criminosos
O caso expõe um problema crescente: a facilidade com que transferências instantâneas podem ser usadas para crimes. Diferente de transações bancárias tradicionais, o PIX deixa rastros digitais — foi justamente isso que levou os policiais até o suspeito em tempo recorde.
Psicólogos entrevistados sobre o caso foram enfáticos: "Nenhuma quantia justifica a exploração de menores, mas valores irrisórios como R$ 20 mostram o nível de vulnerabilidade que esses criminosos buscam", explica Dra. Fernanda Costa, especialista em trauma infantil.
Agora, enquanto o acusado responde pelo crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a comunidade local se mobiliza. Grupos de pais estão organizando palestras sobre segurança digital — porque, convenhamos, ninguém quer descobrir um predador desses pelo grupo de WhatsApp da escola.