
Era questão de tempo. Depois de meses circulando como um fantasma nas redes, o influenciador digital paranaense — cujo nome a polícia prefere não divulgar para não atrapalhar as investigações — finalmente caiu na rede. Preso pela Interpol em uma operação que envolveu agentes de três países, o jovem era procurado por aplicar golpes em um jogo de azar online conhecido como 'Tigrinho'.
O caso, que parece saído de um roteiro de filme, começou com promessas milagrosas de enriquecimento rápido. "Só quem não joga perde essa chance", dizia ele em vídeos que viralizaram no TikTok. O problema? Era puro estelionato. Centenas de pessoas caíram no conto do vigário, depositando dinheiro em uma plataforma que simplesmente sumiu — junto com os sonhos de muita gente.
Da fama à fuga
Antes de virar um foragido internacional, o influencer ostentava uma vida de luxo: carros importados, festas em mansões e até "consultorias" por valores absurdos. Tudo financiado, segundo as autoridades, com o dinheiro dos incautos que acreditaram no seu discurso.
Quando a Polícia Civil do Paraná começou a fechar o cerco, ele simplesmente evaporou. Cruzou fronteiras usando documentos falsos — um detalhe que, ironicamente, aprendeu em um de seus próprios cursos sobre "marketing digital".
A queda
Dois erros fatais o entregaram:
- Não resistiu a postar stories em um hotel luxuoso na Europa (geolocalização ativada, claro)
- Usou o mesmo e-mail para alugar um carro esportivo que já aparecia em investigações anteriores
"Ele achou que estava imune por ser 'famoso na internet'", comenta um delegado que acompanha o caso. "Esqueceu que a Interpol não costuma curtir selfies de foragidos."
O jogo Tigrinho, que deveria ser sua mina de ouro, transformou-se na própria armadilha. Análises financeiras mostraram que mais de R$ 2 milhões circularam por contas laranjas antes de desaparecerem no exterior.
Agora, o self-made man que vendia cursos de "como ficar rico" aguarda extradição em uma cela na Espanha. E o pior? Seus seguidores ainda defendem o "mito" nas redes sociais — prova de que, no mundo digital, as lições às vezes demoram a ser aprendidas.