Era mais uma quarta-feira comum em Barra Mansa, mas não para aqueles galos. Pelo contrário — o que se viu foi uma cena de tirar o fôlego de qualquer um que se importe com os bichos. Quase noventa aves, todas destinadas à rinha, viviam num cenário de total abandono.
Parece que o tal criadouro clandestino funcionava às escondidas, mas não por muito tempo. Denúncias anônimas — sempre elas — acionaram os fiscais do IBAMA e a polícia local. E quando chegaram lá? Meu Deus. Os animais estavam em situação lastimável, sem comida adequada, água limpa ou qualquer cuidado veterinário.
Como funcionava o esquema ilegal
Os agentes encontraram 87 galos, muitos deles já com marcas de lutas. Esporos afiados — aquelas lâminas presas nas patas — estavam espalhados pelo local, prontos para serem usados nas rinhas. Uma prática cruel, diga-se de passagem, e totalmente proibida no Brasil.
O dono do lugar, cujo nome ainda não foi divulgado, simplesmente desapareceu. Fugiu mesmo, deixando para trás os animais e toda a estrutura ilegal. Mas a justiça vai alcançá-lo, pode ter certeza. Ele responde por crimes ambientais e maus-tratos, e isso não é pouca coisa.
O que acontece com os galos agora?
Os animais resgatados foram encaminhados para um centro de reabilitação. Lá, recebem os cuidados necessários: alimentação balanceada, hidratação e tratamento veterinário. Alguns estavam tão debilitados que mal se mantinham em pé — triste, muito triste.
Infelizmente, nem todos os galos sobreviveram. Dois morreram ainda no local, vítimas das condições precárias a que foram submetidos. Uma perda evitável, completamente desnecessária.
E as investigações?
A Polícia Civil já abriu inquérito para apurar o caso. Eles querem descobrir não só quem é o responsável pelo criadouro, mas também toda a rede por trás das rinhas. Porque isso não funciona sozinho, né? Tem gente que aposta, organiza, financia... É uma cadeia de crueldade.
O IBAMA emitiu uma nota lembrando que rinhas de galo são proibidas pela Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). As penas? Multas pesadas e até detenção. Será que essa gente nunca aprende?
Enquanto isso, em Barra Mansa, a população ficou chocada. Muitos nem sabiam que existia um criadouro daquele na região. Outros, talvez, preferissem não saber. Mas agora o segredo veio à tona, e a esperança é que operações como essa se repitam — até que essas práticas desapareçam de vez.
