Filhotes de Cágado Enviados pelos Correios: Operação de Resgate Surpreendente em Campinas
Filhotes de cágado enviados pelos Correios são resgatados

Imagine a cena: uma encomenda aparentemente comum, daquelas que passam despercebidas no balcão dos Correios. Mas essa, em particular, escondia um conteúdo que deixaria qualquer um de queixo caído. Lá estavam eles, frágeis e assustados, cinco filhotes de cágado – uma espécie protegida por lei – tentando sobreviver dentro de uma caixa de papelão.

O caso, que parece roteiro de filme, aconteceu para valer na cidade de Campinas, interior de São Paulo. E olha que o destino desses bichinhos era nada menos que o estado do Pará. Uma viagem de mais de 3 mil quilômetros numa caixa escura, sem água ou comida. Quem seria capaz de uma crueldade dessas?

Como a Operação Foi Descoberta

Tudo começou com uma denúncia anônima. Alguém, com bom coração, deve ter estranho o barulho ou a movimentação vinda da embalagem. A Polícia Militar Ambiental foi acionada e, ao abrir a encomenda, se deparou com a cena lamentável. Os filhotes – que mal haviam saído dos ovos – estavam amontoados, claramente estressados pela situação absurda em que se encontravam.

Os policiais, impressionados com o estado dos animais, agiram rápido. Os cágados foram encaminhados para o Centro de Medicina e Pesquisa de Animais Silvestres (Cempas), da Unesp de Botucatu. Lá, receberam os cuidados necessários – e, diga-se de passagem, bem merecidos depois de tanto sofrimento.

As Pistas e a Investigação

O remetente? Uma mulher de 38 anos, que já tinha passagem pela polícia. Ela foi localizada e autuada por crime ambiental – afinal, comercializar animais silvestres sem autorização é gravíssimo. A multa pode chegar a R$ 5 mil por animal apreendido. E olha que não é pouco!

Mas fica a pergunta: será que isso é um caso isolado? Ou será que estamos diante de uma prática mais comum do que imaginamos? A verdade é que o tráfico de animais silvestres movimenta uma fortuna no mercado negro. E esses filhotes de cágado são apenas a ponta do iceberg de um problema que assola nossa fauna.

Os cágados, para quem não conhece, são répteis de água doce que vivem até 30 anos em habitat natural. São animais sensíveis, que precisam de cuidados específicos. Colocá-los numa caixa de correio é, no mínimo, uma sentença de morte. Que sorte a deles terem sido encontrados a tempo!

Agora, os bichinhos seguem em recuperação. E torcemos para que, em breve, possam voltar à natureza – seu verdadeiro lar. Enquanto isso, a investigação continua para descobrir se havia mais alguém envolvido nessa trama.