
A rotina da comunidade do Morro do Macaco, no Irajá, Zona Norte do Rio, foi violentamente interrompida nesta quinta-feira por uma operação da Polícia Civil que deixou uma vítima inesperada: um cachorro, atingido por um tiro durante a ação.
Segundo relatos de moradores — que preferiram não se identificar, claro —, o animal foi alvejado por volta das 10h da manhã, quando os policiais realizavam buscas na localidade. O barulho dos disparos, comum nessas ocasiões, foi seguido pelo ganido agudo do animal.
"A gente ouviu os tiros, depois o choramingo do cachorro, que saiu mancando com o ferimento", contou uma testemunha, ainda abalada. O caso rapidamente ganhou as redes sociais e revoltou protetores de animais da região.
O que se sabe sobre a operação
A ação policial, segundo a Secretaria de Polícia Civil, tinha como objetivo prender suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas. Mas, como acontece com frequência nessas investidas, o alvo inicial se expandiu para além do esperado.
O cão — um vira-lata de médio porte, sem nome conhecido — foi resgatado por voluntários e encaminhado para atendimento veterinário. O estado de saúde do animal era considerado grave, mas estável após os primeiros socorros.
E agora, o que acontece?
A Polícia Civil, pressionada, emitiu uma nota dizendo que "apura as circunstâncias do ocorrido". Mas a sensação que fica é aquela velha conhecida dos moradores de comunidades: a de que a vida dos bichos, assim como a deles, vale pouco quando o tiroteio começa.
Organizações de defesa animal já se mobilizam para cobrar responsabilização. Não é a primeira vez — infelizmente, parece longe de ser a última — que um caso assim choca o Rio. A pergunta que não quer calar: até quando?