
Era uma terça-feira comum no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa, quando o inesperado aconteceu. Um cachorro, simplesmente vivendo sua vida, tornou-se alvo de uma violência inexplicável. Um disparo de arma de fogo - sim, você leu direito - atingiu o animal, deixando-o gravemente ferido.
O que se seguiu foi uma verdadeira corrida contra o tempo. Alguns moradores, ouvindo os ganidos de dor do animal, não hesitaram. Ligações foram feitas, a ajuda foi acionada. A equipe do Corpo de Bombeiros chegou rapidamente, mas a cena que encontraram era de cortar o coração.
O resgate foi delicado, minucioso. Cada movimento precisava ser calculado para não piorar o estado do bichinho. Imagine só: profissionais treinados lidando com uma vítima que não pode explicar onde dói, que não entende por que está sofrendo.
O animal foi transportado com todos os cuidados para o Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba. Lá, uma equipe multidisciplinar assumiu o caso. Radiografias, exames, avaliações constantes. O prognóstico? Reservado, como costumam dizer os médicos quando a situação é crítica.
O que mais choca nesse tipo de caso - além da óbvia crueldade - é a total falta de sentido. Por que atirar em um animal indefeso? Que tipo de pessoa comete esse ato de covardia? Perguntas que ficam no ar, ecoando na consciência de quem ouve essa história.
A investigação continua
Enquanto o cão luta pela vida, as autoridades buscam respostas. A Polícia Civil já foi acionada e investiga o caso. Testemunhas são ouvidas, pistas são coletadas. Crime ambiental? Sem dúvida. Mas também crime contra a vida, contra a compaixão.
O caso aconteceu na Rua Professor Otacílio de Albuquerque Cavalcanti, uma via residencial onde crianças brincam e famílias circulam. O perigo de um disparo acertar uma pessoa, inclusive, era real. A bala não escolhe vítimas.
O hospital veterinário segue monitorando o estado do animal 24 horas por dia. São profissionais que dedicam suas vidas a salvar aqueles que não têm voz. Heróis anônimos que merecem nosso reconhecimento.
Enquanto isso, a pergunta que não quer calar: até quando veremos cenas como essas? Quando é que a sociedade vai entender que maus-tratos animais são um reflexo direto de uma doença social muito maior?