
Imagens que circulam nas redes sociais — e é melhor nem descrever em detalhes — mostram uma cena de pura crueldade durante a Cavalgada do Parque do Sabiá, em Uberlândia. Um burro, animal conhecido por sua docilidade e trabalho duro, sendo agredido com um bastão de choque por um homem montado em outro cavalo. A coisa toda foi filmada, viralizou e, claro, a revolta foi geral.
A Polícia Civil não perdeu tempo. Abriu um inquérito para apurar o caso e, depois de investigar, indiciou dois homens por maus-tratos. Um deles é suspeito de ser o autor das agressões, e o outro seria o dono do animal. A delegada Mariana Roriz, que está à frente do caso, deixou claro: crime ambiental não vai ficar impune.
O pior de tudo? Isso aconteceu num evento que deveria ser sobre tradição, cultura e — pasmem — amor pelos animais. A cavalgada é uma coisa séria na região, mas esse episódio manchou totalmente a festa. A secretária municipal de Esporte e Lazer, Ana Paula da Silva, não escondeu a decepção. Ela afirmou que a prefeitura vai repensar a participação de animais em eventos futuros. "É inaceitável", resumiu.
Como a polícia descobriu os envolvidos
As investigações correram rápido, graças — ironicamente — às redes sociais. As filmagens chegaram à Delegacia de Investigações de Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), e dali foi um pulo identificar os suspeitos. Eles foram localizados e prestaram depoimento. Apesar de não confirmarem as agressões, as evidências eram claras demais.
O inquérito foi concluído e encaminhado para a Justiça. Agora, os dois respondem por crime ambiental. Se condenados, podem pegar de três meses a um ano de detenção, além de multa. Pouco? Muita gente acha que sim, mas já é um começo.
E o burro, como está?
Pouca gente sabe, mas o animal foi resgatado e está sob os cuidados do Canil Municipal. Ele passa bem, segundo as autoridades, mas o trauma — esse fica. A cena do animal sendo eletrocutado enquanto tentava, em vão, fugir do agressor chocou até quem está acostumado a ver barbaridade por aí.
O caso reacendeu o debate sobre o uso de animais em eventos. Ativistas lembram que burros já são animais historicamente explorados — e ver um sendo torturado em plena luz do dia, num evento público, é de cortar o coração.
Enquanto a Justiça não decide o futuro dos acusados, a sociedade espera — e exige — que casos como esse não se repitam. Como disse uma internauta: "Não é cultura, é tortura". E é difícil discordar.