
Não foi um dia qualquer na Zona Leste de Porto Alegre. Na verdade, foi daqueles que começam normal e, de repente, viram um pesadelo. Tudo aconteceu na tarde de sábado, por volta das 15h, numa casa tranquila do bairro Farrapos — um lugar onde ninguém espera ser surpreendido por uma invasão… de quatro patas.
Segundo a polícia, o animal — um rottweiler — simplesmente arrombou a tela de uma janela e entrou. Sim, arrombou. Não foi um pulo qualquer, foi uma entrada forçada, violenta. A dona da casa, uma mulher de 42 anos que preferiu não ter o nome divulgado, estava sozinha. Ela ouviu o barulho, pensou se tratar de um ladrão… mas se deparou com uma cena de puro instinto selvagem.
O cão já havia atacado e matado dois outros animais menores dentro da casa antes de voltar sua fúria contra ela. A mulher tentou se defender — quem não tentaria? — mas foi mordida várias vezes no braço e na perna. “Só gritava por ajuda”, contou depois, ainda abalada. A sorte é que vizinhos ouviram os gritos e chamaram a Brigada Militar.
E o dono? Cadê o dono?
Pois é. Essa é a pergunta que não quer calar. O tal cachorro é de um vizinho, que — pasmem — nem estava em casa no momento. Deixou o animal sozinho, sem vigilância. O caso já está nas mãos da Delegacia de Polícia de Proteção Animal (DPPA), que investiga se o proprietário vai responder por isso. Afinal, não é a primeira vez que o bicho mostra comportamento agressivo. Já tinha histórico.
A vítima foi levada para o Hospital Pronto Socorro e passa bem, ainda que traumatizada. Mas e o psicológico? Como fica quem vive um susto desses? “Agora toda sombra, todo barulho me assusta”, desabafou. É aquela coisa: a gente acha que está seguro dentro de casa, mas e quando a ameaça pula a janela?
Um verdadeiro drama urbano, que mistura negligência, medo e a pergunta que sempre volta: até onde vai a responsabilidade de quem cria um animal de grande porte? Porto Alegre agora discute — mais uma vez — o que fazer para evitar que casos assim se repitam.