Tiroteio em Senador Camará: Zona Oeste do Rio vira cenário de guerra entre facções
Tiroteio intenso em Senador Camará assusta Zona Oeste do RJ

Parecia mais uma quarta-feira comum em Senador Camará. O sol batia forte nas vielas da comunidade, o comércio funcionava a pleno vapor e crianças brincavam nas ruas. Até que, por volta das 15h30, o silêncio foi brutalmente quebrado por um som que nenhum morador quer ouvir: rajadas de tiros.

E não foram poucos. Testemunhas relatam que o barulho era ensurdecedor - uma verdadeira guerra de facções que transformou a tranquilidade do bairro em um cenário de pânico generalizado. Lojas fecharam às pressas, mães correram para buscar filhos nas escolas e quem estava na rua se jogou no chão, sem saber para onde correr.

Operação policial vira pesadelo para moradores

Segundo informações apuradas, a PM recebeu uma denúncia anônima sobre ponto de venda de drogas na Rua São José Operário. Quando os agentes se aproximaram, foram recebidos a tiros por criminosos fortemente armados. O que deveria ser uma abordagem rotineira rapidamente escalou para um confronto que durou quase uma hora.

"Pensei que ia morrer", conta Maria Silva, dona de uma pequena mercearia que ficava no epicentro do tiroteio. "Os tiros vinham de todos os lados. Me joguei atrás do balcão e rezei. É assim a vida aqui: um dia tranquilo, no outro, o inferno."

As consequências do confronto

Até o fechamento desta matéria, a situação permanecia tensa, mas sob controle. Eis o que sabemos:

  • Nenhuma vítima fatal foi registrada - um alívio considerando a intensidade dos disparos
  • Dois suspeitos foram detidos com armas e drogas
  • Várias viaturas policiais permaneciam no local para evitar novos conflitos
  • O comércio gradualmente retomava suas atividades, ainda que com medo

Curiosamente - ou tragicamente -, esse não é o primeiro episódio do tipo na região só este ano. Dados não oficiais sugerem que esta já seria a sétima ocorrência de grande porte em 2025. Uma rotina de violência que, francamente, envergonha qualquer sociedade que se diz civilizada.

O que dizem as autoridades?

Procurada, a Secretaria de Segurança do Estado emitiu uma nota padrão - daquelas que já conhecemos de cor. Diz que "as operações continuam para garantir a segurança da população" e que "ações integradas estão sendo planejadas".

Mas os moradores, esses sim, têm opiniões bem mais contundentes. "É sempre a mesma coisa", desabafa João, pedreiro que mora há 20 anos na comunidade. "Eles vêm, trocam tiro, prendem uns pobres coitados e depois tudo volta ao normal. No mês que vem, é de novo."

Enquanto isso, a vida segue em Senador Camará. Com medo, com resiliência, com a esperança teimosa de que um dia - quem sabe? - a paz possa ser mais que uma exceção entre os tiros.