
O que começou como mais uma manhã de sexta-feira no Rio se transformou num cenário de tensão extrema. Lá pelas tantas, por volta das 10h, o bairro do Complexo da Maré, na Zona Norte, simplesmente parou. E quando digo parou, é aquela parada brusca, sinistra, que todo carioca conhece bem demais.
Uma operação da Polícia Civil, envolvendo oitenta homens—um contingente nada modesto—entrou de sola na região. O alvo? Dois chefes do tráfico, supostamente ligados a uma série de arrastões que vêm aterrorizando a Avenida Brasil. Só que, como era de se esperar, a reação foi imediata e violenta.
Caos nas Vias Principais
Os ânimos se acirraram rápido, muito rápido. Em questão de minutos, os acessos à Avenida Brasil, bem na altura da Maré, foram bloqueados. E não foi um bloqueio qualquer: eram barricadas de fogo, com pneus e outros objetos virando uma muralha de chamas e fumaça. Quem tentou passar pela Avenida Brasil ou pela Linha Vermelha se deparou com um verdadeiro inferno na terra. O trânsito, é claro, simplesmente engoliu a seco e travou por completo.
Os relatos dos moradores são de desespero. "A gente já acorda ouvindo o barulho dos tiros, é uma rotina que ninguém deveria ter", contou uma residente que preferiu não se identificar, numa voz embargada pelo cansaço. O comércio local baixou as portas num piscar de olhos, e as ruas, normalmente vibrantes, ficaram desertas—um silêncio pesado, quebrado apenas pelas rajadas.
A Operação e a Busca pelos Alvos
A força-tarefa, que incluía o DENARC (Departamento de Narcóticos) e o DECOE (Departamento de Crimes contra o Patrimônio), não estava ali por acaso. A investigação aponta que os dois alvos comandam uma facção criminosa responsável por pelo menos quinze arrastões só neste mês. Quinze! É um número que assusta qualquer um.
Até o momento, os agentes revistaram cinco locais suspeitos, mas os principais investigados ainda não foram localizados. A sensação é de que é uma caça, uma verdadeira caça, e a população fica no meio do fogo cruzado. A PM foi acionada para dar apoio e tentar garantir—entre aspas—a segurança da área.
E aí você se pergunta: até quando? Até quando uma comunidade inteira vai viver refém desse conflito? A Linha Vermelha, um dos corredores viários mais importantes da cidade, virou um palco de guerra. De novo.
E agora, José? A situação, no final da tarde desta sexta, seguia crítica. As barricadas ainda queimavam, o tiroteio era intermitente, e o tráfego na região continuava um caos. A recomendação das autoridades—e do bom senso—é uma só: evite a região. Evite ao máximo.