
Imagine a cena: um Boeing 737 carregado de passageiros, voando tranquilamente sobre o território francês, quando de repente... silêncio. Absoluto. A torre de controle simplesmente para de responder.
Pois é exatamente isso que aconteceu naquela tarde de sexta-feira, 21 de junho – um daqueles dias que começam normalíssimos e terminam com investigações internacionais. O controlador responsável pelo setor simplesmente cochilou no posto. Sim, você leu certo: adormeceu durante o plantão.
O avião da AirExplore, voo PM828 vindo de Portugal com destino à Eslováquia, tentava contato para obter autorização de cruzar o espaço aéreo francês. Nada. Ninguém atendia. Os minutos passavam e o silêncio do rádio começou a soar mais alto que os motores da aeronave.
Dezoito minutos de incerteza
Dezoito minutos. Pode parecer pouco quando estamos esperando um delivery, mas no ar é uma eternidade. A tripulação deve ter suado a camisa – afinal, o que diabos estava acontecendo em solo?
Segundo relatos, os pilotos acionaram o chamado «squawk emergency», código 7700, que basicamente grita «ei, temos um problema sério aqui!» para todos os radares da região. A torre de Bordeaux finalmente captou o sinal de socorro e assumiu o controle da situação.
As consequências do cochilo
O pobre coitado que adormeceu não era um estagiário qualquer – era um controlador experiente, trabalhando sozinho no turno da madrugada. A DSNA (Direção de Serviços de Navegação Aérea da França) confirmou o incidente e abriu investigação. Que situação, hein?
O mais preocupante? Isso não é caso isolado. Em 2023, a Agência Europeia de Segurança Aérea já havia alertado sobre fadiga extrema entre controladores franceses. Parece que ninguém aprendeu a lição.
E aí fica a pergunta: quantas vezes isso já aconteceu antes sem que ninguém ficasse sabendo? A gente só descobre quando dá errado – e dessa vez, por sorte, deu «menos errado».
O final (feliz) da história
O Boeing 737 conseguiu pousar em segurança no Aeroporto de Poprad-Tatry, na Eslováquia, sem nenhum dano aos passageiros. Ufa! Mas a questão que fica é muito maior que um simples pouso: até quando a segurança aérea vai depender da sorte?
Enquanto as autoridades francesas prometem «medidas para evitar repetição», os sindicatos já começam a apontar o dedo para as más condições de trabalho. Uma coisa é certa: ninguém quer descobrir o que aconteceria se dois controladores resolverem cochilar ao mesmo tempo.