
Parece brincadeira, mas é a mais pura realidade. Enquanto falam em transparência e governo aberto, as câmaras de vereadores da região metropolitana do Rio praticam um verdadeiro teatro de sombras. Uma investigação minuciosa – daquelas que fuçam cada cantinho – mostrou que a maioria esmagadora ignora solenemente a lei e deixa a população no escuro.
Não é exagero. Dos 22 legislativos municipais analisados, apenas UM – pasme! – cumpre integralmente a Lei de Acesso à Informação (LAI). Os outros 21? Bem, esses fizeram uma escolha consciente pelo obscurantismo. É de cair o queixo, não é?
O Que Eles Não Querem Que Você Veja
We're talking about basic stuff, o arroz com feijão da transparência. Informações que deveriam estar à um clique de distância, mas que somem como num passe de mágica. Quer alguns exemplos?
- Os salários dos vereadores e servidores? Sumidos.
- Detalhes das verbas indenizatórias, aquele dinheiro que recebem para cobrir gastos? Nem sinal.
- Relatórios de gastos com diárias e passagens? Uma incógnita.
- E a lista de fornecimentos, mostrando pra onde vai o dinheiro público? Quase um mistério indecifrável.
É um desrespeito monumental com o cidadão que paga seus impostos todo mês. Você se sente representado por quem age assim?
Os Campeões do Descumprimento
Algumas câmaras se superaram na arte de esconder informações. Em Belford Roxo, a situação é tão crítica que o site oficial simplesmente... não funciona. Fora do ar. Um blackout digital completo.
Já em Duque de Caxias, a previsão de execução orçamentária – algo crucial para entender os rumos do município – simplesmente não existe. Sumiu. Em Nilópolis, a lista de fornecedores é outro dado que decidiu não comparecer.
E Itaguaí? Ah, Itaguaí... Lá, nem os salários dos parlamentares você consegue encontrar. Conveniente, não?
A Exceção Que Confirma a Regra
No meio desse mar de falcatruas digitais, a Câmara de Mesquita surge como uma rara – e louvável – exceção. O site deles está impecável, com tudo que é direito lá, disponível e fácil de encontrar. Prova cabal de que é possível, sim, fazer diferente quando há vontade política.
Mas uma andorinha só não faz verão. A pergunta que fica é: por que as outras 21 câmaras insistem em tratar a transparência como option, e não como obrigação?
Transparência: Direito Seu, Dever Deles
Esse cenário lamentável vai muito além de uma mera falha técnica. Representa um profundo desprezo pelo controle social e pela participação popular. Como cobrar seus representantes se você nem sabe o que eles estão fazendo – ou gastando?
A LAI não é uma sugestão, é lei federal. Descumpri-la é fechar os olhos para a democracia. É tratar o público como incapaz de entender os rumos da própria cidade. E no fim das contas, quem paga o pato é sempre o mesmo: o cidadão comum.
Fica o alerta. A opacidade corrói a confiança nas instituições e abre alas para todo tipo de... bem, você sabe. A sociedade precisa ficar de olho aberto e exigir o que é seu por direito: transparência total e irrestrita.